Machismo do R&A é questionado pela British Olympic Association

09/11/2012


Presidente da entidade diz que a “Casa do Golfe” precisa seguir o exemplo de Augusta


Sede do R&A, em St. Andrews: um dos últimos redutos machistas do golfe, agora sob ataque pesado
 Sede do R&A, em St. Andrews: um dos últimos redutos machistas do golfe, agora sob ataque pesado

Lord Moynihan, presidente da British Olympic Association, bateu duramente na política machista do Royal and Ancient Golf Club, o R&A, que desde sua fundação, em 14 de maior de 1754, nunca admitiu uma mulher como sócia. As declarações de Lord Moynihan foram dadas em entrevista ao vivo à BBC Radio 5, nesta quarta-feira. “Para mim, o Royal and Ancient precisa mudar”, resumiu o presidente da entidade olímpica da Grã Bretanha, lembrando que esse tipo de discriminação não é mais aceito no mundo. “É notável que Augusta tenha mudado, mas o Royal and Ancient continue a negar esse direito e a limitar a completa igualdade de oportunidades para as mulheres no país”.

Para Lord Moynihan, a igualdade de direitos “Deve ser uma característica inerente ao esporte do século 21, especialmente quando você vê a contribuição que as atletas tem feito”. “Vamos cair na real e dar igualdade de oportunidades no esporte e na administração esportiva”, defende o dirigente.

Mais pressão – O presidente da British Olympic Association não está sozinho em sua cruzada. O ex-primeiro ministro Gordon Brown acusou, no final de agosto deste ano, o mais influente clube de golfe do mundo de perpetuar a discriminação ao se recusar a admitir mulheres como sócias. “Se o clube de golfe em Augusta pode admitir mulheres como sócias, por que não em St Andrews?”, indagou. “Se eles podem fazer isso na Carolina do Sul (sic), nós não podemos fazer isso na Escócia?”, continuou o ex Primeiro Ministro, confundindo os estados americanos, uma vez que o Augusta National fica na vizinha Geórgia.

Essas declarações de Gordon Brown foram dadas durante o Festival da Política, no Parlamento Escocês, em Edinburgh, em meio à discussão sobre a implantação de uma maior justiça social no Reino Unido. “Eu acho que temos que pensar muito, mas agir rápido sobre questões de discriminação em nosso próprio país”, disse.

Críticas – Em 2009, o R&A também foi criticado por Alex Salmond, o primeiro ministro da Escócia, depois de o clube ter ignorado a sua tradição de convidar o diretor da Universidade de St. Andrews para se tornar membro, quando uma mulher, Louise Richardson, assumiu o cargo.

Logo após a decisão de Augusta de admitir duas mulheres em seus quadros – a ex-Secretária de Estado Condoleezza Rice e a financista Darla Moore – a ministra escocêsa dos Esportes, Shona Robison, exortou o R&A e Muirfield, outro clube que não aceita mulheres, a seguir seu exemplo dos americanos. “Todos os clubes devem estar abertos às mulheres, mas não há nada que possamos fazer para forçá-los”, admitiu.

Esquiva – A R&A nunca comentou diretamente as declarações de Brown, mas emitiu um comunicado com teor muito semelhante ao que Augusta dizia, até se render ao pesso das críticas: “As regras do Royal and Ancient Golf Clube de St Andrews são uma questão que diz respeito apenas aos nossos membros”.

Ao contrário do que muita gente pensa, o Royal & Ancient Golf Club não é dono do Old Course ou de nenhum dos campos de golfe de St Andrews. Ele consiste apenas na sede que fica ao lado do Old Course, com o campo, assim como todos os demais seis campos públicos da região, sendo dirigidos pelo St Andrews Links Trust, entidade beneficente que administra os horários de saída entre os membros dos clubes locais, que tem alguns tee times reservados, os moradores da cidade e os turistas.

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