11/04/2014
Depois da duvidosa decisão de poupar Tiger Woods da desclassificação por causa de um drope intencionalmente errado e de um cartão entregue com resultado maior, em 2013, o Augusta National decidiu seguir o que fazem os demais majors e colocar um árbitro andando com cada grupo do Masters, de forma a impedir que o problema se repetisse. Afinal, para não desclassificar Woods, além de colocar o jogador em posição delicada, para dizer o mínimo, o Masters teve que chamar o erro para si, no que ficou conhecido como o maior vexame da história da arbitragem do golfe que se conhece, não pelo erro, mas pelo evidente favorecimento.
Tudo ia bem na rodada desta quinta-feira, até Matt Every, um dos jogadores mais rápidos em campo que se conhece, ficar estaimado pela arquibancada do 14, que atrapalhava seu swing. Como a arquibancada é uma obstrução imóvel e o jogador sabia disso, ele procurou o ponto de alívio mais próximo, não mais perto da bandeira, e dropou sem penalidade. A bola rolou novamente para perto da arquibancada, repetindo a situação que gerou o drope inicial.
Dúvida – Every então ia dropar no mesmo lugar que antes, como reza a Regra 20.2.c (V), quando o árbitro do grupo o interrompeu dizendo que não tinha certeza que ele estava fazendo a cosia certa. Outro árbitro foi chamado a pedido do primeiro e confirmou que Every procedia de acordo com as Regras e que deveria dropar uma segunda vez e só então, se a bola voltasse a rolar para perto da arquibancada, recolocá-la com a mão no local onde tocasse o solo pela primeira vez no segundo drope, aliás como Every já sabia e havia argumentado com o “walking dead referee”.
Até aí tudo bem, quando no buraco seguinte, o mesmo árbitro colocou Every e seus parceiros – Mike Weir e Roberto Castro – “no relógio”, isto é, avisou que como eles haviam demorado demais para jogar o buraco anterior, iam ser cronometrados! Every, é claro, ficou revoltado com a pressão extra do que não foi culpa sua nem dos parceiros. “Nunca passei por uma situação tão bizarra”, reclamou Every. “Eu sou o número 1 das estatísticas em ritmo de jogo dos últimos dois anos e só demoramos por culpa do árbitro que não sabia a Regra”, lamentou.
No PGA Tour, a política de ritmo de jogo determina que as tacadas podem levar no máximo 40 segundos, com 20 segundos extras em caso de situações extraordinárias. No Masters são apenas 40 segundos por tacada. “Nenhum de nós estava lento”, reclama Every, que acabou fazendo um bogey no 16 para jogar 77 e ficar uma acima da linha de corte.
Snedeker – Mas fácil foi o caso de Brandt Snedeker, que não precisou nem do árbitro do grupo para se chamar uma penalidade no buraco 13, quando viu a própria bola se mexer ao ensaiar o que seria um chip para eagle. Ele chamou o árbitro apenas para se dar a penalidade e proceder a volta da bola ao local de origem, como manda a Regra.
“Não foi o vento pois no green do 13 não tem vento”, concluiu Snedeker. “Eu vi a bola se mover a única coisa que poderia ter provocado o movimento a bola era eu”, explicou Snedeker, que vinha de dois bogeys seguidos no Amen Corner e saiu dele com um par no par 5 onde tinha tudo para fazer birdie. Jogou 70 para empatar em quinto e dormir com a consciência tranquila.
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