Masters: volta de Tiger ofusca melhores histórias da semana

07/04/2015


Imprensa americana desdenha chances de McIlroy completar Grand Slam e muito mais


Rory: a caminho do Grand Slam na carreira e do Rory Slam, mas tratado como nº 111 do mundo
 Rory: a caminho do Grand Slam na carreira e do Rory Slam, mas tratado como nº 111 do mundo

por: Ricardo Fonseca

Rory McIlroy é o número 1 do mundo, ganhador dos últimos dois majors e, se vencer em Augusta neste domingo, não só se tornará apenas o sexto jogador da história a completar o Grand Slam na carreira, como seguirá para o US Open com a chance de vencer os quatro majors consecutivos, um Rory Slam. Feitos que podem gerar uma nova onda de interesse pelo golfe no mundo, sobretudo nos EUA onde o esporte ainda é imenso, mas sangra anos após ano, desde 2008, em campos, número de jogadores e interesse da mídia em geral.

Tiger Woods volta a jogar após dois meses de autoexílio e piores temporadas da carreira, como 111º do ranking mundial de golfe, acumulando mais abandonos e cortes não passados do que Top 70s, desde 2013. Mas, quando se trata de interesse do público e da mídia especializada – sobretudo nos EUA – o número de seu ranking é lido como três vezes número 1, e não 111. Não importa que a maioria dos especialistas, apostadores e até seus fãs acredite que ele tem grandes chances de não passar o corte e, se o fizer, de não se colocar em posição de destaque no topo do placar.

Tiger 7 x 2 Rory – Os cinco títulos de Woods em 2013 – mais da metade que venceu desde 2009 – não foram suficientes para recriar o efeito Tiger que, desde o final do século passado, faziam os EUA inaugurar um campo de golfe a cada dia, em média. Mas Tiger continuou a ser manchete, para o bem ou para o mal, ocupando espaços que podiam ditar novos interesses e investimentos, e em sua estreia em Augusta, nesta terça-feira, bateu McIlroy por 7 a 2: enquanto o número 1 do mundo teve que responder, em meia hora de entrevista coletiva, sete perguntas onde Tiger era citado, o inverso só aconteceu duas vezes.

Favorito de 5 por 1 nas casas de apostas de dois continentes, McIlroy tem outro candidato ao título esta semana: Bubba Watson. “Ele venceu aqui em dois dos últimos três anos”, lembra McIlroy sobre o americano que entra em campo para defender o título e evitar a entrega da jaqueta verde no domingo de um jogador para o outro – nesse caso seria feita por Billy Payne, o presidente do Augusta National. O último a receber o símbolo do campeão do Masters de um amador foi Tiger, bicampeão em 2001 e 2002. Antes dele, Nick Faldo, em 1990, quando venceu seu segundo título seguido, dos três que tem em Augusta.

Adversários – “Bubba tem o jogo perfeito para esse campo que ele joga muito, muito bem”, continuou McIlroy. “Ele é confiante sempre, em cada tacada e se você está procurando alguém que pode jogar muito bem esta semana esse cara é o Bubba”, diz McIlroy. Sobre Tiger foi mais lacônico. “Ele é o herói dos meus dias de infância”, diz o jogador de 25 anos sobre o veterano de 39, que ontem se mostrou surpresa em jogar o buraco 17 em linha reta, uma vez que na sua lembrança era um ligeiro dogleg para a esquerda, já que o ex-número 1 do mundo, que tem quatro títulos, mas não vence o Masters desde 2005, não jogava em Augusta desde que a Eisenhower Tree foi vitimada por uma forte nevasca no ano passado.

McIlroy só jogou seis vezes em Augusta, com um Top 10, o oitavo lugar de 2014. Nas cinco vezes anteriores, não passou um corte (2010) e teve como melhor lugar em 15º. Então como ele pode ser favorito dos apostadores? A resposta não é que o jogo de Tiger não se adapte a Augusta, mas talvez a impetuosidade com que jogou e atacou o campo no passada. Em cada um dos últimos cinco anos ele teve ao menos uma rodada de 77 e em 2014, terminou os pares 5 no par, para perder por oito para Bubba que jogou oito abaixo nos pares 5.

Mudança de enfoque – Em 2014, McIlroy fechou a semana com seis “6” em seu cartão, quatro em pares cinco e dois em pares 4. Algo que parece não combinar com o grande batedor que ele é e que sugere ter forçado demais e não ter respeitado o campo. Rory não concorda. “Eu descobri muito rápido que Augusta é um campo decidido pelas segundas tacadas”, diz McIlroy. “Isso me fez exagerar e bater ferro a mais nos primeiros anos” conta o número 1 do mundo. “Tive que aprender a ser mais agressivo nessas tacadas, mas com outro enfoque: antes eu pensava em atacar a bandeira e para onde não errar; agora penso mais em onde tenho que ir, não por onde não errar”.

Mas Woods e McIlroy não são as únicas boas histórias em Augusta este ano. Um terceiro jogador renderia manchetes incríveis e dividendos imensos para o golfe por ter uma “qualidade” que Rory não tem: é americano. Esse é Jordan Spieth, de apenas 21 anos, que promete rapidamente se tornar para McIlroy, o que Phil Mickelson foi para Tiger, Arnold Palmer para Jack Nicklaus, e Ben Hogan para Sam Snead: o contraponto que valoriza o combate e faz crescer o interesse geral pelo esporte.

Spieth – Se Rory chega ao Masters como o melhor jogador do mundo, Spieth, que jogou seu segundo playoff nos últimos três torneios e é o número quatro do mundo, muito perto de Henrik Stenson, o segundo, e de Buba Watson, o terceiro, pisa em Augusta como o jogador mais quente do momento. Afinal, o tríplice playoff que venceu no Valspar Championship, há três semanas foi seguido de mais dois vice-campeonatos: 1-2-2 é um retrospecto que ninguém mais tem esta semana.

Nos últimos 11 torneios, Spieth venceu três (um na Austrália), teve dois vices, um terceiro, um quarto e um sétimo lugar. Em pouco mais de dois anos de profissionalismo ele já venceu quatro torneios e tem mais sete vice-campeonatos e 16 Top 10s. Nas duas últimas semanas ele chegou perto com seus vices de ser o segundo mais jovem jogador, depois de Tiger Woods, a vencer três vezes no PGA Tour. E em 2014, no seu primeiro Masters, foi vice-campeão, atrás apenas de Bubba.

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