Masters/Especial: Westwood lidera uma à frente de Oosthuizen

06/04/2012


Tiger fecha dia com dois bogeys, mas evita desastre. McIlroy escapa com dois birdies no final


Westwood: tirando proveito do campo de golfe feito para
   Westwood: tirando proveito do campo de golfe feito para “segundas tacadas”, com sete birdies na volta

Veja os melhores momentos da rodada de abertura do Masters

Curiosidades do primeiro dia em Augusta para contgar no 19

por: Ricardo Fonseca

O inglês Lee Westwood fez sete birdies para jogar 67, cinco abaixo do par e assumir a liderança isolada do Masters, o primeiro major da temporada, nesta quinta, no campo do Augusta National, na Geórgia. West, que tem chances de voltar a ser número 1 do mundo se vencer seu primeiro torneio do Grand Slam esta semana, tem agora uma tacada de vantagem sobre o sul-africano Louis Oosthuizen, campeão do British Open de 2010, que fechou o dia com dois birdies, para jogar 68 (-4), e sobre o sueco Peter Hansen, que jogou cinco abaixo nos 12 buracos finais.

West, que já esteve três vezes perto de vencer um major, assumiu a liderança ao fazer quatro birdies consecutivos na primeira metade do campo, num dia em que só errou duas raias e dois greens. Na véspera,o inglês disse que esta não seria “uma corrida de dois cavalos”, referindo-se ao favoritismo disparado de Tiger Woods e do norte-irlandês Rory McIlroy, que estão cinco e quatro tacadas atrás, e provou isso. Não fossem os 31 putts, sua vantagem poderia ser ainda maior.

Woods – Tiger Woods estreou em 29º lugar, no par do campo, mas não tem do que reclamar. Bateu muito mal na bola a partir dos tees, errou cinco raias pela esquerda, com hooks e meio-hooks, dropou duas vezes com penalidade, deu um segundo tiro muito ruim no 17, não salvou o par das três bancas em que se enfiou, mas fez apenas três bogeys, incluindo os dois buracos finais, antes de se enfiar no driving range na companhia de seu caddie e de seu novo técnico de swing, o canadense Sean Foley. Os putts, pelo menos, o salvaram em parte. Apenas 29.

“Puxava o taco para trás como o swing do Hank (Haney seu ex coach) e descia como no de Foley”, explicou Woods, sobre o swing-Frankenstein que poderia ter acabado com sua chances de vencer seu 15º major. Mas não foi isso que aconteceu. O 29º lugar, cinco atrás do líder, não é nada para quem já começou o Masters de 2005 em 33º lugar, com um 75, e saiu com a jaqueta verde, por sinal a última das quatro de sua coleção. “Não me culpem disso (os ganchos)”, brincou Haney. “Comigo ele errava pela direita”.

Rory – Mcilroy fez o contrário de Woods. Fechou o dia com dois birdies para jogar 71, uma abaixo, feliz depois de ter aberto a volta com um duplo bogey no 1 e feito mais dois bogeys pelo caminho. Apesar de acertar apenas seis das 14 raias e 12 greens, o número 2 do mundo ainda fez cinco birdies para empatar em 14º lugar com o argentino Angel Cabrera, um dos poucos que fez birdies nos quatro pares cinco do campo.

Foi Cabrera quem escoltou Rory em campo na volta final do Masters de 2011, quando o norte-irlandês entregou uma vantagem de cinco tacadas ao jogar 43 de volta. Rory não gostou da “cortesia” de Augusta ao escalá-lo para jogar duas vezes ao lado do argentino, um jogador que bate muito rápido na bola e costuma atrapalhar o ritmo dos adversários, como fez quando eram só os dois em campo. Desta vez, Bubba Watson, outro grande batedor como Cabrera, estava com eles.

Descortesia – Para Rory, seria o mesmo que escalar Tiger Woods para jogar dois dias com o australiano Adam Scott e o caddie Steve Williams, desafeto declarado do ex-número 1 do mundo. Bons tempos em que o empareceiramento era feito por sorteio, e não por critérios de cada organizador. Hoje isso mudou e se juntam jogadores por interesse da TV, o que é plenamente justificável, mas também pelo ranking, pelo estilo, por resultados do passado, por local de nascimento, ou por qualquer outro motivo que pareça interessante ou engraçadinho.

O escocês Paul Lawrie e o espanhol Angel Miguel Jimenez, que jogaram ao lado de Woods, além do italiano Francesco Molinari jogaram 69, três abaixo, para empatar em terceiro com Ben Crane e Jason Dufner. O sueco Henrik Stenson chegou a seis abaixo no buraco 10, com dois eagles nos pares 5 e dois birdies, e foi líder até o buraco final, um par 4 onde fez um oito sem jogar bola fora, na água, no hazard ou na banca. Um fenômeno.

Destaques – Phil Mickelson, três vezes campeão do Masters, a última em 2010, havia previsto um festival de birdie no campo amaciado pelas chuvas dos últimos dias. Só não contava espalhar drives para todo o lado, acertar apenas oito greens e fazer quatro bogeys e um triplo bogey no 10, onde bateu o drive no mato à esquerda e teve que bater a terceiro do green, de onde fez bogey. Jogou 74 com cinco birdies, o último de longe, no 18.

O inglês Luke Donald, número 1 do mundo, teve um dia para esquecer. Não bastasse jogar 75, ainda passou mais de meia hora ameaçado de eliminação por causa de um resultado a menor no seu cartão. Descobriu-se depois que o problema foi causado ao se enviar seu cartão por fax – fax, Augusta? Em pleno século 21? – e o “5” que ele havia marcado no buraco 5, saiu tremido, parecendo um “3” e assim foi copiado para o placar oficial.

TV – Outro ponto negativo foi a transmissão da TV – calma, dupla – a geração de imagens da primeira rodada pela TV dos EUA. Muitas bolas perdidas no ar, várias em que o câmara do green não conseguia completar a tacada mostrando o seu final, como Mickelson no 10, algo mais comum em transmissões do Tour Europeu, sempre com menos recursos e câmaras.

Imperdoável também foi a gafe de demorar 35 minutos – depois que a imprensa fora avisada – para levantar no ar – em inglês ao menos – a questão do cartão supostamente errado de Donald. Quando, finalmente, a TV americana finalmente mostrou na tela o cartão de Donald marcando 73, um problema que vinha sendo debatido havia meia hora nos twitters e facebooks da vida, a questão já tinha sido resolvida. Shank!

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