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Mickelson usou celular em campo para reclamar de celulares

06/06/2012

Ele mandou mensagem ilegal da raia do 6, para pedir providência contra torcedores

Mickelson: uma infração às regras não justifica outra, mas ele usou o celular no meio do campo de golfe

Depois de jogar 79 na primeira rodada, alegar “fadiga mental” e abandonar o Memorial, o torneio de Jack Nicklaus, reclamando dos torcedores que o atrapalharam em campo tirando fotos com celulares, descobriu-se que o próprio Phil Mickelson fez uso pouco ortodoxo de seu telefone móvel. Segundo revelaram as agências internacionais, com base em quatro informantes, Mickelson ainda estava na raia do buraco 6 do Muirfield Village, esperando sua vez de jogar, quando mandou uma mensagem de texto para Tim Finchem, comissário do PGA Tour, pedindo providências contra os torcedores.

Alegar fadiga para abandonar o torneio só por ter jogado mal, não é uma infração às Regras do Golfe nem do PGA Tour, embora seja descortesia grave com os companheiros que são obrigados a jogar de dois no dia seguinte, o que os faz esperar em todos os buracos; e ao anfitrião, Nicklaus. Mas usar o celular em campo é proibido, e Mickelson deveria ser punido pelo mal exemplo. Bastava ele chamar um árbitro ou um fiscal.

Barulho – Desde 2011 o PGA Tour voltou a permitir a entrada de celulares em campo, desde que usados em modo silencioso e só podendo ser usado para ligações em locais determinados. No campo, os aparelhos podem servir para mandar ou receber mensagens de texto ou para navegar na internet para ver resultados do torneio, por exemplo, mas é proibido usá-los para tirar fotos ou filmar nos dias de jogos oficiais (quinta a domingo).

O maior problema não são as fotos ilegais em si, mas o fato de a grande maioria das pessoas não saber – ou ter interesse – em tirar o “click” que os celulares fazem simulando o barulho de uma máquina fotográfica. Trata-se, muitas vezes, de ignorância mesmo. Isso para não falar nos aparelhos que estão com o flash ligado e disparam a luz antes ou durante a tacada do jogador. É irritante.

Confisco – Os fiscais do PGA Tour estão atentos ao problema, mas se limitam a confiscar temporariamente os aparelhos, sem medidas mais extremas, como expulsar os infratores do campo. “Não podemos ter uma Gestapo para controlar dezenas de milhares de pessoas”, disse o anfitrião Nicklaus ao comentar o problema. “Temos é que educar as pessoas”.

Mesmo assim, cerca de 50 aparelhos, segundo a polícia, foram confiscados na sexta-feira no grupo dos parceiros de Mickelson formado por Bubba Watson, campeão do Masters, que não passou o corte, e de Rickie Fowler, que chegou em terceiro na volta final, antes de sofrer o maior colapso de sua carreira. Segundo o Golf Channel, na mesma sexta-feira mais de 100 celulares foram confiscados entre os torcedores que acompanhavam o grupo de Tiger Woods, Fred Couples e Bill Haas.

Irritação – Watson e Fowler confirmam que Mickelson foi bastante atrapalhado pelos torcedores na quinta-feira e que isso o desconcentrou. Watson diz que ninguém respeita as regras de uso de celulares em campo e que jogar nessas condições ficou muito ruim. Fowler diz que os clicks afetaram Mickelson em particular. “Ele estava irritado e com dificuldades para se concentrar”.

O PGA Tour não pretende voltar a banir os celulares. Descobriu que havia perdido muito público que não aceitava ficar seis ou mais horas sem seus aparelhos em campo, e decidiu aderir à Era Digital, promovendo uma série de interações com aos torcedores pelos aparelhos. Muitas empresas patrocinadoras tem hot-sites nos torneios para incentivar o uso de celulares. Mas sem atrapalhar ninguém. Na verdade, o problema está limitado a três ou quatro grupos, que podem ser mais bem policiados pelos voluntários.