Mundial Amador: técnico brasileiro pede demissão

06/10/2010


Após exclusão do filho da equipe, Rafael Navarro decide abandonar time que vai à Argentina


Rafel Navarro: deixando a equipe brasileira após a exclusão do filho do time de golfe do Brasil
   Rafael Navarro: deixando a equipe brasileira após a exclusão do filho do time de golfe do Mundial

Um dia depois de se tornar público de que seu filho, Felipe Navarro, fora excluído da equipe brasileira que disputa o Campeonato Mundial Amador na Argentina, no final do mês, o profissional Rafael Navarro anunciou que não será mais o técnico do time do Brasil. Rafael havia assumido o cargo dia 25 de setembro, dois dias antes de seu filho ser afastado do time por “motivos técnicos”.

“Por motivos óbvios, infelizmente não serei mais o coach da equipe brasileira no Mundial”, diz Rafael, um dos maiores profissionais brasileiros de todos os tempos, integrante da equipe terceira colocada no Mundial de 1974, na República Dominicana, num ano em que Jaime Gonzales foi o campeão individual do torneio. Ricardo Rossi e Priscillo Diniz eram os outros integrantes da equipe. Resultados que o Brasil nem pensa em repetir na atualidade, nem no masculino, e muito menos no feminino, onde também já foi medalha de bronze no Mundial de 1976, em Portugal, com Elizabeth Nickhorn, Maria Alice Gonzalez e Laura dos Santos.

Vergonha – Rafael Navarro se diz profundamente preocupado com o futuro do golfe brasileiro, depois que as duas equipes brasileiras que foram ao campeonato sul-americano pré-juvenil (até 15 anos), no Uruguai, há três semanas, terminaram em décimo e último lugar, o maior vexame da história do golfe brasileiro, que nunca havia perdido ao mesmo tempo no masculino e no feminino para países com reduzida expressão no golfe internacional.

“O Brasil só perde para a Argentina em número de campos de golfe e jogadores na América do Sul”, lembra Rafael. “O que aconteceu no Campeonato Sul-americano Pré-Juvenil, representa o que será a próxima geração”, diz o profissional ganhador de 48 torneios profissionais no Brasil, incluindo o Sul America Classic, maior torneio da América Latina da época, em 1984, 1986. “Alguma coisa tem que estar muito errada”, diz Rafael, para quem “este é o retrato do descaso com o golfe competitivo nos últimos dez anos”. Para o profissional, que foi ainda o quinto colocado individual no Mundial da Austrália, em 1988, isso é “uma vergonha”.

Explicação – Vicky Whyte, vice-presidente técnica da Confederação Brasileira de Golfe (CBG) garante que Felipe Navarro não foi tirado da equipe “à revelia”, como noticiou o Portal Brasileiro do Golfe ontem, e diz que o golfista não voltou ao Brasil após ser excluído da equipe brasileira, como noticiado.

“O Felipe foi treinar nos Estados Unidos custeado pela CBG, por um mês”, conta Vicky. “Foram pedidos relatórios semanais a ele, mas depois de dez dias Felipe resolveu voltar ao Brasil sem explicações e sem ter mandado ainda nenhum relatório”, esclarece a dirigente. “O Felipe não cumpriu o treinamento técnico estabelecido pela CBG e, ao abandonar os treinos, o presidente da CBG (Rachid Orra) resolveu tirá-lo da equipe”, explica Vicky. “Esta decisão não veio da diretoria técnica”.

Vicky explicou ainda que Felipe foi informado por telefone por ela, no dia 26 de setembro, que caso ele voltasse ao Brasil antes da data combinada, que com certeza seria cortado da equipe para o Mundial. “Ele conversou comigo várias vezes por telefone naquele dia e sabia muito bem o que poderia acontecer”, diz Vicky. “A decisão foi dele”, afirma. “Ele embarcou naquele mesmo dia e está em São Paulo desde o dia 27 (data em que foi comunicado que estava fora da equipe).

Equipes – Felipe Navarro conquistou sua vaga na equipe brasileira vencendo dois dos quatro torneios classificatórios – os Abertos do Rio de Janeiro e São Paulo – e ficando em segundo na classificação especial para o Mundial, que teve o paulista Rafael Becker, já classificado por ser o campeão brasileiro de 2010, em primeiro. Felipe foi substituído pelo paulista Guilherme Oda, número 1 do ranking brasileiro, que não serviu de critério de convocação. Completa o time o paranaense Daniel Stapff, que ficou em terceiro nas seletivas e foi a escolha técnica da Confederação Brasileira de Golfe. Ivo Leão ex-profissional, que defendeu o Brasil no Mundial Amador de 2000, será o capitão da equipe brasileira.

O time feminino, que disputa o Troféu Espírito Santo, de 16 a 23 de outubro, permanece inalterado e será composto pela carioca Mariana de Biase, bicampeã brasileira, e pelas paranaenses Patrícia Carvalho e Isadora Stapff. A capitã do time feminino será Vicky Whyte e o chefe da delegação, Rachid Orra, presidente da CBG. A delegação brasileira tem patrocínio da Callaway, fabricante de tacos e acessórios de golfe que fornecerá o uniforme, bolas, luvas, bonés, sapatos e bolsas para os times do Brasil.

Árbitros – Uma boa novidade para o golfe brasileiro foi o convite feito pelo R&A a Nigel Wynn Jones para ser um dos árbitros do Mundial, ao lado de John Byers, diretor de regras da CBG, que vai trabalhar pela terceira vez na competição, e de Vicky Whyte, vice-presidente técnica da Confederação Brasileira de Golfe, que vai ser árbitro em seu sétimo Mundial.


Leia também


  • Onde Jogar

    Como chegar. Dicas de hospedagem e alimentação. Preços e serviços

  • Turismo

    Aproveite o acordo entre a Pousada Travel Inn Trancoso e o Terravista Golf Course

  • Golfe 2016

    Paris 2024: Corrida olímpica começa com o brasileiro Rafa Becker entre os Top 50


  • Newsletter

    Golfe.esp.br - O Portal Brasileiro do Golfe

    © Copyright 2009 - 2014 Golfe.esp.br. Todos os direitos reservados