Mundial de Golfe: equipes têm descanso forçado

27/10/2010


Censo pára Argentina e fecha clubes de golfe na véspera da competição internacional


Brasileiros do Mundial Amador: equipe unida e disposta a surpreender numa das mais fortes competições da história
   Brasileiros do Mundial: unidos e dispostos a surpreender numa das mais fortes competições da história

texto e fotos: Ricardo Fonseca, enviado especial

Um dia antes de estrear na maior competição amadora de golfe do mundo, as equipes dos 70 países, incluindo o Brasil, que disputam, de quinta a domingo, o Campeonato Mundial Amador de Golfe por Equipes (WATC, na sigla em inglês) foram obrigadas a um descanso forçado, reclusas em seus hotéis, já que a Argentina parou tudo nesta quarta-feira para a realização de seu censo. Ao contrário de um feriado normal, quando lojas, restaurantes e outras atividades são permitidas, no dia do censo argentino nada funciona, incluindo os dois clubes de golfe do Mundial: o Buenos Aires Golf Club e o Olivos Golf Club.

A direção da Federação Internacional de Golfe (IGF) tentou de tudo para convencer o governo a abrir uma exceção – a mesma feita a funcionários de hotéis e serviços essenciais, que serão recenseados em seus locais de trabalho – mas não conseguiu que a lenta burocracia estatal se desse conta que um país sério não pode se comprometer com um competição internacional deste nível – que organiza pela segunda vez – e depois impedir que os convidados – entre os quais se encontram os melhores jogadores de cinco continentes – se preparem de forma adequada para defender seus países. Fosse um Mundial de futebol…

União – Apesar do descanso forçado, que pegou muitas delegações de surpresa, a moral da equipe brasileira formada pelo paranaense Daniel Stapff e pelos paulistas Guilherme Oda e Rafael Becker, está elevada. Eles fizeram o último treino nesta terça-feira, no Olivos, onde estréia nas três últimas turmas de quinta-feira, a partir das 12h51 (13h51 do Brasil), com muito empenho, mas em clima de descontração. Os brasileiros treinaram no campo durante cinco horas, pela manhã, e depois do almoço, se revezaram na única baia reservada a cada equipe no acanhado bate-bola do Olivos, e nos bons greens de approach e putt do clube, sempre acompanhados pelo capitão Ivo Leão, do Paraná.

Às 18 horas, com todos os países em uniforme de gala, houve o desfile das delegações, cerimônia de hasteamento das bandeiras e discurso das autoridades, acompanhados por uma afinada banda do exército, nesta associação entre militares e esportes que muitos países sul-americanos ainda insistem em fazer, talvez como resquício das ditaduras de que alguns se livraram só recentemente.

Força – Os brasileiros formam um forte equipe que reúne Oda, o jogador número 1 do ranking nacional na maior parte dos últimos dois anos, e os dois brasileiros com melhores resultados na NCAA, o campeonato universitário dos EUA: Becker, o atual campeão amador do Brasil e primeiro colocado das seletivas para esse Mundial e Daniel, a escolha técnica da Confederação Brasileira de Golfe (CBG).

Até mesmo a ausência do carioca Felipe Navarro, cortado da seleção semanas antes do torneio por indisciplina, segundo alegou a CBG, e de seu pai, o profissional Rafael Navarro, técnico da equipe, que se demitiu do cargo em solidariedade ao filho, parece já estar superada. A equipe está unida e disposta a surpreender neste mundial, onde terminar entre os vinte primeiros colocados já seria um feito de grande envergadura.

Bronze – O Brasil é o único país – além dos EUA – que jogou todos o Mundiais masculinos a partir da criação do torneio, em 1958, – que recebe o nome de Troféu Eisenhower em homenagem ao ex-presidente americano Dwight D. Eisenhower. O Brasil já foi terceiro colocado no Mundial de 1974, na República Dominicana, com Jaime Gonzalez, Priscillo Diniz, Rafael Navarro e Ricardo Rossi. Neste ano, Jaime Gonzalez foi o melhor jogador do torneio, batendo, inclusive, os quatro integrantes da equipe americana, a campeã com Curtis  Strange, Jerry  Patê, George F. Burn III e Gary  Koch.

O Brasil não termina entre os 20 primeiros desde o 18º lugar de 1998, e não fica entre os 30 desde o 21º lugar de 2002. Nos últimos três mundiais – de 2004 a 2008 (a competição é bienal), o Brasil amargou três de suas quatro piores colocações da história. Prova de que apesar dos talentos revelados a cada geração, o golfe brasileiro vem sendo superado pelo desenvolvimento e estrutura que outros países dedicam ao golfe competitivo, incluindo muitos sul-americanos.

Dream Team – Os EUA, campeões de 13 dos 26 Mundiais masculinos já disputados, reuniu este ano mais um de seus Dream Teams, com Peter Uihlein, David Chung e Russell Henley, os números 1, 2 e 7 do ranking mundial amador. Os EUA se deram ao luxo de abrir mão de Kevin Tway e Chris Williams, os números 5 e 6 do mundo, que também são americanos. O francês Romain Wattel (número 3 do mundo), e o canadense Eugene Wong (nº 8), também estão presentes no Mundial.

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