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Norman entra na disputa pelo campo olímpico

11/12/2009

Australiano quer construir percurso para 2016. Grupo ligado a Faldo inaugura escritório no Rio. Condomínio de luxo em campo licenciado na Barra

por: Ricardo Fonseca*

Depois de ver um de seus projetos mais premiados, o Earth Course, receber o Dubai World Championship, torneio de encerramento da Corrida para Dubai e da temporada do Tour Europeu, o australiano Greg Norman sonha agora ser o designer do campo que vai sediar a volta do golfe às Olimpíadas, nos Jogos do Rio, em 2016.

“Felizmente para mim, eu estou com dois projetos no Brasil e um dos investidores é muito ligado ao movimento olímpico”, disse Norman, que foi um dos profissionais que mais se empenhou na luta pelo retorno do golfe aos Jogos Olímpicos. “A sorte caiu no meu colo, mas se isso vai adiante eu não sei ainda”, diz o jogador que, aos 53 anos, foi o terceiro colocado do último British Open.

“Vamos ver como a coisa caminha”, diz Norman, que está com projetos de campos de golfe em Campos do Jordão (SP) e Praia Canoé (CE). “Tanto eu como (Jack) Nicklaus, Ernie Els ou o (Nick) Faldo gostaríamos de construir esse campo”, assegura. “Agora só nos resta esperar para ver o que acontece”, diz Norman. “Estamos na fase de projeto e vamos saber quem terá o campo dentro de uns dois anos”, explica.

Faldo – Por enquanto quem está mais adiantado em seu projeto é o inglês Nick Faldo, contratado pelo International Golf & Resort Management (IGRM) para construir um campo de golfe e um centro de treinamento num empreendimento de 1 mil hectares a menos de uma hora de carro do centro do Rio. Faldo, que acaba de assinar um acordo para realizar a final mundial da Faldo Series no Rio até 2016, visitou a área e já deu início ao projeto.

A IGRM, com sede em Londres, acaba de inaugura um escritório no Rio de Janeiro, que vai ser comandado por Michael Nagy, o diretor-gerente do escritório para a América do Sul. Nascido na África do Sul, Nagy fez carreira na indústria hoteleira e na de golfe. Ele se formou em hotelaria no Westminster College e trabalhou na rede Othon, no Grupo Pestana e no Meliá, antes de fundar, em 2003, a Corporate Golf Brazil .

“Nosso objetivo é fazer do Brasil o maior destino de golfe da América do Sul”, diz Nagy, que aposta na volta do golfe aos Jogos Olímpicos como forma de atingir esse objetivo. Nagy não quer falar ainda sobre o projeto de Faldo ter seu campo escolhido para sediar os Jogos Olímpicos, mas o campeão inglês deixou claro quando esteve no Rio que esse é um de seus objetivos.

Riserva Uno – O único projeto dentro da cidade do Rio de um campo internacional de golfe existente hoje é o da Riserva Uno, um condomínio de luxo à beira-mar, na Barra da Tijuca, com cinco torres de 15 andares cada e de um a quatro apartamentos por andar.

O projeto do campo de golfe já existe e teve seu licenciamento ambiental pré-aprovado, numa área de restinga, recuperada. O design do campo feito por uma empresa inglesa é de um percurso de 6.500 jardas, par 72, que certamente seria acanhado para sediar o golfe nos Jogos Olímpicos. Mas em função do Golfe 2016 pode ser ajustado.

Nicklaus – Jack Nicklaus, que também disse estar interessado em construir o campo olímpico do Rio, por enquanto tem apenas dois projetos no Brasil, ambos parados, como os de Norman. O primeiro é o antigo Villa Trump, hoje renomeado de Serra de Santa Clara, em Itatiba, a 80 km de São Paulo, que já teve suas licenças ambientais aprovadas. O outro no empreendimento Kuaradê, em Luis Correia, na região do Delta do Paraíba, no Piauí.

*O jornalista Ricardo Fonseca é diretor de conteúdo do Portal Brasileiro do Golfe e editor-chefe da revista Golf&Turismo.