PGA anuncia calendário mais curto e confirma mudanças no acesso

30/10/2012


Entenda por que isso tudo é ruim para o sonho olímpico dos golfistas brasileiros


PGA Tour: o circuito ficou um ano mais longe dos novos profissionais de golfe do Brasil
PGA Tour: o circuito ficou um ano mais longe dos novos profissionais de golfe do Brasil

por: Ricardo Fonseca

A decisão do PGA Tour de mudar a estrutura de seu calendário e a forma de acesso a seu circuito, a partir de 2013, pode significar o fim do sonho de muito golfista que quer representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Com as novas regras, os profissionais brasileiros que ainda não estão no circuito internacional ou pensam chegar nele através do PGA Tour Latinoamérica, só conseguiriam, na melhor das hipóteses, entrar para o PGA Tour em 2015 e ainda assim com poucas oportunidades para se firmar entre os melhores do ranking mundial até o começo de 2016, quando serão definidos os profissionais que poderão jogar no Rio de Janeiro.

Os primeiros prejudicados pelas novas regras serão os 25 profissionais recém-graduados do Web.com Tour e os 25 jogadores que entrarão no circuito do próximo ano através da Q-School, incluindo os três brasileiros que continuam no processo seletivo. Atualmente, os 50 profissionais vindos da Q-School e do Web.com Tour – como Alexandre Rocha – conseguem jogar aproximadamente 20 torneios da temporada do PGA Tour. Mas com a redução do calendário de 2013 anunciada esta semana, o máximo que eles conseguirão jogar no próximo ano serão 16 torneios, tornando muito mais difícil manter seus cartões para a temporada seguinte.

Mudanças – Em 2012, o PGA Tour terá 48 torneios. Em 2013 serão apenas 40, já incluídos os quatro das Fedex Cup, jogados em setembro. No circuito regular, de janeiro a agosto, serão 36 torneios em 33 semanas, já que três deles serão disputados nas mesmas datas do Cadillac (Porto Rico), British Open (True South Classic) e Bridgestone (Reno-Tahoe Open). Os quatro torneios do final do ano, da chamada Fall Series, e os dois jogados na Ásia, valerão apenas para a temporada seguinte, que passa a começar sempre em outubro do ano anterior.

Se já era difícil para os recém-graduados manter o cartão jogando apenas 20 torneios por ano, justamente os com prêmios menores, enquanto os demais jogadores do PGA Tour podem jogar muito mais eventos e com bolsas maiores, imagine em 2013, quando os quatro torneios da Fall Series não valerão para o ranking do ano. Veja o caso de Rocha, que apesar de um vice-campeonato na temporada regular deste ano e de um quarto lugar na Fall Series, ainda depende de mais um bom resultado no torneio final, na próxima semana, para manter seu cartão.

Cartão – A partir de 2013 a temporada regular terminará sempre em agosto e os 125 classificados para os playoffs pelo ranking de pontos da Fedex Cup serão também os 125 que manterão seu cartão para o ano seguinte, independente do ranking de prêmios, que passa a ser apenas figurativo. A Q-School também acaba como é hoje, passando apenas a dar vagas para o Web.com Tour, que se torna assim a ser a única porta de entrada no PGA Tour, e obriga a todos os novos pretendentes a passar pelo menos um ano no circuito de acesso.

Em 2013, o Web.com Tour continuará a dar 25 cartões para o PGA Tour, como é hoje, mas sua temporada regular passará a terminar também em agosto. Outras 25 vagas serão dadas nos quatro torneios finais da temporada, em setembro, que irão reunir os 75 primeiros do ranking do Web.com, mais os 75 primeiros que não mantiveram seu cartão do PGA Tour (126º a 200º). Também poderão jogar esses quatro torneios finais do Web.com, que substituem a Q-School, alguns não membros do PGA Tour que tenham acumulado prêmios o suficiente para estar entes os 200 primeiros do ranking americano.

Brasileiros – Caso consigam chegar até o final e garantir seus cartões, os brasileiros que estão na segunda das três fases seletivas da Q-School deste ano – Fernando Mechereffe, Lucas Lee e Adilson da Silva – terão que enfrentar essa temporada mais curta de 2013 e com ela uma maior dificuldade para manter o cartão. Já quem não conseguir o cartão este ano, perderá dois anos e só poderá chegar ao PGA Tour, na melhor das hipóteses, em 2015. Para isso, terá que jogar a Q-School de 2013 ou terminar entre os cinco primeiros do PGA Tour Latinoamérica do próximo ano, classificar-se para a temporada de 2014 do circuito de acesso e, uma vez lá, jogar bem o suficiente para garantir uma vaga para 2015.

Os únicos que podem encurtar o caminho ainda este ano – além, é claro, dos três que permanecem nas seletivas – são os seis brasileiros que disputam a temporada inaugural do PGA Tour Latinoamérica. Caso algum deles consiga terminar entre os cinco primeiros do ranking do circuito latino, que termina em dezembro, ganhará seu cartão para o Web.com Tour de 2013. Mesmo assim, só o número 1 do PGA Tour LA terá cartão integral para o Web.com Tour. Os quatro seguintes (2º ao 5º lugar) terão cartões condicionais e precisarão mostrar serviço nos primeiros torneios que irão disputar em 2013 para ir ganhando o direito de jogar em mais eventos.

Jogos Olímpicos – Como se vê, garantir vaga para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, é um sonho muito difícil de realizar ganhando pontos para o ranking mundial através do PGA Tour, caso o jogador não faça parte do circuito já no próximo ano. Os demais terão primeiro que conseguir entrar no Web.com Tour de 2014; classificar-se para o PGA Tour de 2015; e, na temporada de estreia, com status reduzido, que permite jogar apenas uns 20 torneios, ganhar pontos o suficiente para estar na zona de classificação olímpica. Hoje isso significa estar entre os 300 primeiros de ranking mundial, que tem divisor mínimo de 40 torneios. Chegar lá com apenas 20 torneios é tarefa hercúlea.

Isso não tira a importância do PGA Tour Latinoamérica como circuito satélite do Web.com Tour, que por sua vez é satélite do PGA Tour. Mas o impacto do circuito latino no golfe brasileiro, que se apregoava imediato, será na verdade lento e gradual e só deverá ser sentido para valer a partir dos Jogos Olímpicos de 2020 e nos que se seguirão.

Alternativas – Para jogar em 2016, as seletivas do Tour Europeu (onde Rocha jogou cinco temporadas), do Tour Asiático (onde joga Adilson) e OneAsia Tour (onde joga Lucas) podem ser caminhos muito mais rápidos para os novos profissionais, já que dão acesso direto aos circuitos principais, sem a perda de um ano no circuito de acesso, o que passa a ser obrigatório no PGA Tour.

Todos esses circuitos dão pontos para o ranking mundial de golfe. Adilson da Silva foi durante muito tempo o melhor brasileiro do ranking, jogando no Sunshine Tour, da África do Sul, e este ano também no Tour Asiático. Alexandre Rocha só conseguiu ficar poucas posições à frente de Adilson recentemente, graças a um 2º e um 4º lugares no PGA Tour.  Os demais brasileiros do ranking ainda estão muito longe da zona de classificação, incluindo Fernando Mechereffe, que joga seu primeiro ano no Web.com Tour, e Lucas. Philippe Gasnier ganhou pontos no Aberto do Brasil de 2011, no extinto Tour das Américas, e Daniel Stapff é o único que pontuou até agora via PGA Tour LA.

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