PGA Tour LA: Daniel Stpaff é vice-campeão no México

18/10/2015


Brasileiro da equipe YKP/Azeite 1492 perde por duas, mas volta para o ranking mundial


Daniel: muito o que comemorar, apesar de ter perdido o título na volta final
Daniel: muito o que comemorar, apesar de ter perdido o título na volta final

por: Ricardo Fonseca

Depois de liderar o torneio desde o segundo dia, incluindo em duas rodadas interrompidas pelo mal tempo e por falta de luz natural, perder o título do Mundo Maya Open, torneio do PGA Tour Latinoamérica encerrado neste domingo, no El Jaguar, do Yucatan CC, em Mérida, no México, foi uma ducha de água fria para Daniel Stapff, jovem talento da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe. Ainda mais que após a conclusão da terceira rodada, na manhã deste domingo, ele tinha aberto cinco tacadas de vantagem sobre dois adversários, um deles o americano Nicholas Lindheim, que virou o jogo com uma volta de 65 (-7) tacadas, para ser campeão por duas.

Mas passada a tristeza de ter deixado escapar o título depois de uma semana jogando golfe do mais alto nível, Daniel não pode se deixar abater. Em primeiro lugar, porque o campeão Lindheim é um jogador muito mais experiente, que passou o corte no US Open deste ano e jogou toda a temporada de 2015 no Web.com Tour, onde teve um terceiro lugar, três Top 10 e terminou seis vezes entre os 15 primeiros. Além disso, Lindheim já venceu no PGA Tour LA, no Colombian Classic de 2014, apesar de também ser membro do Web.com Tour no ano passado. Assim, ser campeão com 18 abaixo do par – somou 270 (71-68-66-65) – não foi surpresa alguma. Foi Daniel que não conseguiu jogar tão bem na volta final, terminando com 16 abaixo ao somar 272 (66-67-67-72) tacadas.

Saldo positivo – Passar pela experiência de ser líder por quatro vezes em duas rodadas é uma lição que Daniel vai aproveitar por toda a carreira, ainda mais que o vice-campeonato no México lhe deu muitos motivos para comemorar: esse foi o melhor resultado de sua carreira, superando o quarto lugar em sua estreia no PGA Tour LA, no Roberto de Vicenzo Invitational de 2012, quando entrou para o ranking mundial pela primeira vez, e o oitavo lugar no Aberto do Brasil, há três semanas, até então seus únicos Top 10 no circuito profissional de acesso ao Web.com Tour.

Stapff também voltou a marcar para o ranking mundial, mais exatamente 3,6 pontos, o que o colocará perto dos Top 1000 quando a próxima lista for divulgada nesta segunda-feira. Pode parecer pouco, mas nessa colocações do ranking qualquer ponto significa um grande ganho de posições, o que lhe permite sonhar chegar perto dos 600 do mundo com uma vitória, por exemplo, nos cinco torneios do PGA Tour LA que ainda serão jogados este ano. Ele também pontuou para o ranking olímpico de golfe pela primeira vez, restando nove meses para a definição dos 60 jogadores que estarão nos Jogos do Rio 2016.

Cartão e acesso – Com esse vice-campeonato, Daniel ganhou US$ 18,9 mil e também deu um grande salto no ranking do PGA Tour LA – está agora em 27º lugar – garantindo seu cartão para 2016 por antecipação. Ele se pode ainda dar o direito de sonhar alto e tentar ser Top 10 do ranking de prêmios até o final da temporada, o que o colocaria direito na terceira e última seletiva para o Web.com Tour, ou até ser Top 5 do ranking e ganhar direto o direito de acesso. Para isso, basta ganhar um torneio até o final do ano, o que ele já mostrou que é capaz de fazer.

Há também uma curiosidade em Daniel Stapff ter voltado ao ranking mundial de golfe esta semana. Acontece que justamente neste domingo caducaram os pontos que Ronaldo Francisco, seu companheiro de equipe YKP/Azeite 1492, conquistou ao ser quarto colocado no Aberto do Brasil de 2013. Ou seja, Ronaldo deixa a lista, para Daniel entrar. O Brasil continua assim a ter seis profissionais no ranking mundial, onde, pela ordem, estão Adilson da Silva, também da equipe YKP/Azeite 1492, como o melhor brasileiro, seguido por Lucas Lee, Alexandre Rocha, Rafa Becker e, agora, Daniel. Fernando Mechereffe ainda está na lista, na 1500ª colocação, mas abandonou o golfe competitivo.

Mérito – Daniel fazia por merecer um resultado consagrador como esse vice-campeonato. Depois de perder o cartão do PGA Tour LA e não recuperá-lo nas seletivas, ele não desistiu, pediu convites para jogar e disputou as vagas extras nas seletivas de segunda-feira, até conseguir, mesmo sem cartão, jogar cinco torneios do primeiro semestre, onde um 12º lugar no Panamá, um 23º em Honduras bastaram para ele garantir o cartão para o segundo semestre, onde começou com um oitavo lugar no Aberto do Brasil, a uma tacada de pontuar para o ranking mundial, e agora com esse vice-campeonato.

Quando Daniel foi quarto colocado na Argentina, no final de 2012, o máximo a que ele chegou no ranking mundial de golfe foi a 1175ª colocação. Agora, Top 1000 do mundo ou perto disso, ele vê um novo horizonte se apresentar em sua carreira. Ter o cartão do PGA Tour LA garantido para 2016 é um fator de tranquilidade, assim como ter dois patrocinadores do porte da YKP e do Azeite 1492. Além disso, Daniel tem o salário de terceiro sargento da Força Aérea, que honrou recentemente ajudando a equipe do Brasil a ser medalha de prata nos Jogos Mundiais Militares da Coreia, e ainda um patrocínio do Evolution Sat – Trio.

Mas para quem deixou o conforto da casa da família para ir morar com a mulher nos EUA num pequeno apartamento, apenas para ter oportunidade de treinar em alto nível, uma vez que o circuito brasileiro profissional não tem torneios desde 2014, sabe que Daniel quer mais, muito mais do que jogar no golfe latino. E provou que tem golfe para poder sonhar.

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