15/02/2016
Ele encerra dez anos de jejum com uma história de superação que é exemplo no circuito mundial. Assista!
Taylor: voltando a vencer depois de mais de dez anos de jejum para recuperar o cartão do PGA Tour que perdera em 2012.
por: Ricardo Fonseca
Ao começar a volta final perdendo por seis tacadas para o líder Phil Mickelson tudo o que Vaughn Taylor queria na volta final do AT&T Pebble Beach Pro-Am era terminar entre os dez primeiros e não ter que sair correndo para Los Angeles e tentar uma vaga no próximo torneio do PGA Tour na classificação de segunda-feira. Mas nove birdies depois, quatro deles seguidos nos últimos seis buracos do campo, Taylor era o líder na sede e viu um a um os principais candidatos ao título sucumbir ao campo do Pebble Beach Golf Links. O último era Mickelson, que errou um putt curto no 18 para desperdiçar o birdie no par cinco e perder por uma.
Veja, abaixo o vídeo com os momentos decisivos da rodada final de Pebble Beach
Quem começou a jogar golfe nesta década ou não acompanha com a afinco o circuito mundial nem deve conhecer Taylor, que não vencia no PGA Tour desde 2005 e não tinha o cartão do PGA Tour nas três últimas temporadas. Seus maiores feitos foram ter vencido dois torneios sem a presença dos grandes nomes, o Reno-Tahoe Open de 2004 e 2005 jogados na mesma semana de um World Golf Championship e ter integrado a equipe americana que perdeu a Ryder Cup de 2006, na Irlanda. Ele também jogou a etapa de 2014 do Brasil Champions, do Web.com Tour, mas não passou de um 26º lugar.
Nunca desistir – A temporada de 2016 não prometia ser melhor. Relegado ao Wwb.com Tour, ele não passou o corte após duas voltas de 73 no Panamá e, doente e sozinho no quarto de hotel, nem começou o torneio da Colômbia há duas semanas. Ele então pegou sua a única mala que carrega para poupar dinheiro com taxas de bagagem e voou para Pebble Beach, onde era reserva, com uma prioridade de inscrição limitada, como ex-campeão do PGA Tour, e só entrou na chave na última hora, quando Cal Pettersen desistiu.
Até esse momento, os planos de Taylor eram jogar no próximo torneio do Web.com Tour, em março, onde não tinha sequer vaga assegurada. Agora, ele tem dois anos de isenção no PGA Tour e já está garantido em dois majors – Masters e PGA Championship. Taylor foi o primeiro jogador da atual temporada a se classificara para o Masters vencendo um torneio, algo fantástico para ele que nasceu em Augusta, na Geórgia, e nos dez majors que já jogou na carreira só teve um Top 10, justamente em sua casa.
História – Não se via no PGA Tour uma virada como a de Taylor, que começou a volta final perdendo por seis para ser campeão, desde 2012, e o protagonista foi justamente Mickelson, que tentava encerrar um jejum de três anos e o maior período sem títulos de sua carreira. Mas o canhoto jogou mal e teve que fazer birdie no 17 para voltar ao par do campo no dia, antes de perder o birdie de perto no 18, que o teria levado ao playoff e talvez lhe dado o 43º título da carreira. Phil agora tem agora 32 vice-campeonatos, sendo pelo menos um em 20 das últimas 21 temporadas.
Ao fazer os quatro birdies seguidos no final, Taylor, número 447 do ranking mundial de golfe, jogou sete abaixo, para somar 270 (70-68-67-65) tacadas, 17 abaixo do par e ser líder na sede numa espera que parecia interminável até Phil errar de 1,5 metro e ele ganhar um cheque de US$ 1,26 milhão, mais do que nos últimos três anos somados.
Destaques – Jonas Blixt, o primeiro jogador a pegar Mickelson, que começou com dois bogeys e nunca esteve abaixo do par no dia, perdeu a chance de vencer ao fazer bogeys no 14, de par 5, fazer mais quatro pares e jogar 69 para ficar em terceiro. Hiroshi Iwata, do Japão, que saiu no pelotão com Mickelson, vinha uma atrás até errar o green do 16 e fazer bogey. Jogou 72 e empatou em quarto com Freddie Jacobson (71).
Jordan Spieth, o número 1 do mundo, jogou 66, sua melhor volta da semana para ser o 21º e acabar com uma série de sete Top 10s que vinha desde setembro. Jason Day, terceiro do ranking mundial de golfe, jogou 73, sua pior volta da semana, e caiu para 11º. Isso bastou para Day voltar a ser número 2 do mundo, superando Rory McIlroy que não jogou esta semana.
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