Polêmica: Luke Donald é o quinto número 1 do mundo sem majors

31/05/2011


Americanos tem dificuldade em aceitar domínio Europeu na era pós-Tiger Woods


  Donald: novo nº 1 do golfe é criticado por não ter vencido majors ou por não ser americano?
  Donald: novo nº 1 do golfe é criticado por não ter vencido majors ou por não ser americano?

por: Ricardo Fonseca

Quando Ian Woosnam, do País de Gales, assumiu a liderança do ranking mundial por 50 semanas – 7 de abril de 1991 e 21 de março de 1992 – interrompendo por quase um ano a troca de líderes entre os europeus Seve Ballesteros e Nick Faldo e o americano Greg Norman, ninguém questionou o fato de o “Pequeno Galês” nunca ter vencido um major para merecer o posto de número 1 do mundo.

O mesmo aconteceu quando Fred Couples tornou-se, em 1992, o primeiro americano número 1 do mundo, a princípio, por uma semana, e depois, por mais 15, sem nunca ter vestido a jaqueta verde, levantado a Claret Jug, o Wanamaker, ou o troféu do US Open. E jamais se ousou questionar o direito de David Duval ser líder do ranking mundial, em 1999, ainda que por apenas 14 semanas. Só depois de ser número 1 do mundo, eles venceriam seus majors; um cada.

Desdém – Mas bastou Tiger Woods perder o posto que manteve por quase 12 anos (faltou uma semaninha só), arrematado pelo inglês Lee Westwood, para que a posse de títulos majors passasse a ser questão “sine qua non” para quem ousasse pensar em ser número 1 do mundo. Até alemão Martin Kaymer, que interrompeu o reinado de Westwood por dois meses, foi engolido com desdém, apesar de seu major recém-conquistado, numa final inusitada, com penalidade e playoff, fazem questão de lembrar.

E, agora, vem Luke Donald, mais um inglês, posar de número 1 do mundo, aumentando para cinco o número dos “sem-majors” que já ocuparam o posto mais cobiçado do golfe mundial. É muito descaramento. Falta de majors, poucas vitórias, poucas vitórias nos EUA, jogar fora dos EUA, tudo é visto como crime ou desculpa para turvar a água de quem ainda vive de passado.

Irrefutável – O difícil mesmo é arrumar argumentos para provar que Donald não é o melhor jogador do momento. Outro dia recebi de um amigo a gravação de um professor de iniciantes questionando o swing de Westwood e de um golfista que não sabe em que mão colocar a luva afirmando que o Tour Europeu é apenas para aqueles que não conseguiram entrar no Nationwide Tour (o circuito de acesso ao PGA Tour) e que tem medo de enfrentar os americanos. Como o tom não era de ironia, restam a soberba e a ignorância.

O ranking mundial – do golfe, do tênis, e até o da gloriosa bolinha de gude – servem para mostrar quem é o melhor jogador do momento. E isso o ranking mundial de golfe faz com precisão. Donald que o diga. Venceu três torneios nos últimos 12 meses, incluindo a maior competição do Tour Europeu e um dos campeonatos da série mundial, o Accenture Match Play, nos EUA. Nesse período, ele foi ainda quarto vezes vice-campeão e quatro vezes terceiro colocado dos dois lados do Atlântico, além de terminar 14 dos últimos 15 torneios que disputou entre os dez primeiros colocados.

Tríplice Coroa – Donald não só é o número 1 do mundo, com viés de alta, como é também o número 1 da Europa e – sacrilégio dos sacrilégios – número 1 dos Estados Unidos! Um tríplice coroado como nenhum outro jamais sonhou (excluindo, é claro, Sergio Garcia em surto de megalomania). Ah! Mas major, Donald nunca venceu.

Talvez, afinal, o problema não seja a falta de majors e sim o fato de ser europeu. Algo explicável para quem conhece golfe superficialmente e há pouco tempo. Para quem confunde links com pasto. Para quem não sabe que dos oito jogadores que ficaram mais tempo na liderança do ranking mundial – Westy e Woosie incluídos – sete não eram americanos. Que dos 15 jogadores que chegara a número 1 do mundo, apenas quatro eram dos EUA, e que, fora Tiger, os outros três formam líderes por menos de oitos meses dos 24 anos em que o ranking mundial existe.

Outro, como Tiger, não virá. Os recordes que ele estabeleceu, devem ficar aí para sempre, mas, com ele ou sem ele, o golfe é muito maior do que os EUA.


Veja quem ficou mais tempo na liderança do ranking mundial de golfe (em semanas)


623    Tiger Woods (EUA)
331    Greg Normam (AUS)
  97    Nick Faldo (ING)
  61    Seve Ballesteros (ESP)
  50    Ian Woosnam (GAL)
  44    Nick Price (ZIM)
  32    Vijay Singh (FIJ)
  22    Lee Westwood (ING)
  16    Fred Couples (EUA)
  15    David Duval (EUA)
    9    Ernie Els (RSA)
    8    Martin Kaymer (ALE)
    3    Bernhard Langer (ALE)
    1    Tom Lehman (EUA)
    1    Luke Donald (ING)


  • Onde Jogar

    Como chegar. Dicas de hospedagem e alimentação. Preços e serviços

  • Turismo

    Aproveite o acordo entre a Pousada Travel Inn Trancoso e o Terravista Golf Course

  • Golfe 2016

    Paris 2024: Corrida olímpica começa com o brasileiro Rafa Becker entre os Top 50


  • Newsletter

    Golfe.esp.br - O Portal Brasileiro do Golfe

    © Copyright 2009 - 2014 Golfe.esp.br. Todos os direitos reservados