Presidente do PGA chama Poulter de menininha e sofre impeachment

25/10/2014


Severa pena imposta a Ted Bishop inclui a exclusão de seu nome da lista de ex-presidentes


Ted Bishop: escrever sem pensar nas redes sociais acabou custando caro para ele no mundo do golfe
Ted Bishop: escrever sem pensar nas redes sociais acabou custando caro para ele no mundo do golfe

por: Ricardo Fonseca

Depois de chamar Ian Poulter de “menininha chorona” nas redes sociais, por causa das revelações que o inglês fez em livro lançado esta semana sobre problemas ocorridos na Ryder Cup, Ted Bishop, presidente do PGA of America, uma das entidades mais poderosas do golfe mundial, foi removido de seu cargo pelos demais diretores, que além de votar por seu impeachment decidiram que ele não poderá ostentar o título de presidente honorário, como os demais ex-ocupantes do cargo, e determinaram ainda que seu nome fosse retirado da lista de ex-presidentes da entidade para sempre, como se ele nunca tivesse ocupado o cargo.

Bishop arrependeu-se das publicações no Facebook e no Twitter e as retirou do ar no mesmo dia, mas não sem antes provocar uma crise sem precedentes, como o Portal Brasileiro do Golfe publicou nesta sexta-feira, em primeira mão no Brasil (clique aqui para ler a reportagem sobre o incidente ).

Revelações – Bishop, que foi o responsável pela escolha de Tom Watson, de 65 anos, para ser o mais velho capitão dos EUA numa Ryder Cup, não gostou das revelações que Poulter fez em seu livro “No Limits”, que apenas relata o que todos já sabiam, as brigas e desunião do time americano derrotado pela Europa em Gleneagles, na Escócia, que Phil Mickelson já havia tornado públicas de forma dura no último dia do evento. A reportagem completa sobre a Ryder Cup, as brigas entre os americanos e a vitória da Europa você lê com exclusividade em português na edição outubro/novembro da revista Golf & Turismo (foto ao lado), que já foi distribuída em São Paulo e está chegando aos golfistas de todo o Brasil.

Chamar Poulter de “menininha chorona” foi considerado uma ofensa sexual, o que é levado muito a sério pela sociedade americana, ainda mais numa entidade que congrega todas as profissionais de golfe dos EUA, como Bishop descobriu da pior maneira. Os diretores do PGA of America pediram que ele renunciasse ao cargo, mas Bishop se recusou, preferindo encarar oi julgamento disciplinar. Isso só agravou sua situação, com o conselho do PGA of America votando por seu impeachment e pela pena de excluir seu nome dos anais da entidade. Bishop havia sido o 38º presidente do PGA of America e deixaria o cargo em pouco mais de um mês, após dois anos de mandato.

Impeachment – “O PGA of America entende a enorme responsabilidade que tem para liderar este grande jogo e para enriquecer a vida de nossa sociedade através de golfe”, disse Pete Bevacqua, diretor executivo do PGA of American, em comunicado divulgado na noite desta sexta-feira que anunciou a remoção do Bishop. “Devemos exigir de nós mesmos fazermos o golfe simultaneamente acolhedor e inclusivo para todos os que querem experimentá-lo, e todos no PGA of America devem dar o exemplo”, continuou o executivo.

Conforme o Estatuto do PGA of America, o vice-presidente Derek Sprague foi nomeado presidente interino da entidade até o dia 22 de novembro, quando ele deverá ser eleito o 39º presidente do PGA of America em sua reunião anual, em Indianápolis.

Desculpas – Logo após o anúncio de seu impeachment, Bishop divulgou uma declaração em que ele se desculpou por seus comentários. “Esta tarde fui convidado por meus colegas a renunciar a minha posição como presidente”, começou Bishop, que também é o diretor de golfe do The Legends Golf Club, em Franklin, Indiana. “Eu recusei porque eu queria falar com o Conselho de Administração do PGA of America, oferecer um pedido de desculpas pessoal e deixar que o devido processo ocorresse”, explicou o ex-dirigente. “O Conselho me ouviu e depois votou por meu impeachment”, descreve. “Este é o devido processo legal e eu respeito isso, por mais doloroso que possa ser”.

Bishop continuou. “O PGA of America também me informou que eu não irei mais me tornar presidente de honra e quem não nunca serei reconhecido como um ex-presidente da história da nossa associação. Essas, juntamente com o impeachment, são consequências drásticas para o crime que cometi, mas tenho que viver com elas”, assumiu. “Hoje, tudo que me resta é ser um membro do PGA of America, o que vai sempre significar muito para mim”.

Críticas – Em seu livro (ao lado), Poulter fez críticas não só a Watson, mas também a Nick Faldo, capitão da Europa derrotado em 2008. Poulter revelou que a equipe europeia campeã da Ryder Cup de 2014 ficou “furiosa” com Faldo e que boa parte da equipe perdeu o respeito pelo ex-capitão por ele ter chamado ao vivo, no ar, o espanhol Sergio Garcia de “inútil” para o time da Ryder Cup, que Faldo comandou e acabou derrotado. “Quem é inútil? Penso que Faldo deveria dar uma olhada no espelho”, rebateu Poulter. Poulter também fez coro com Phil Mickelson, que no dia da derrota para a Europa criticou Watson como capitão dos EUA por ele ter deixado Keegan Bradley e Phil Mickelson fora de todos os jogos de sábado.

“Atletas sem grandes feitos e com poucas realizações no esporte não deviam criticar seu ícones”, alfinetou Bishop no Facebook. “Tom Watson (oito majors e recorde de 10-3-1 na Ryder Cup) e Nick Faldo (6 majors e recordista de pontos na Ryder Cup em todos os tempos), foram atacados por Ian James Poulter. Verdade? Soa como uma menina de escola chorando no recreio. C`MON MAN!”, completou Bishop em seu post.

Twitter – No Twitter, o presidente do PGA of America, que deixa o cargo no próximo mês, após dois anos, também atacou Poulter. “@IanJamesPoulter – O recorde de Faldo fala por si mesmo. Seis majors e recorde de pontos de todos os tempo na RC. Você contra ele? Lil Girl. @NickFaldo006 @pgaofamerica”. Ambos posts foram apagados, assim como seu nome dos anais do PGA of America.

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