Profissionais: Stapff conquista primeiro título, para ser o nº 1 do Brasil

07/09/2014


Evolução técnica e mental mudam carreira de membro da equipe YKP/Azeite 1492


Daniel Stapff, com seu patrocinador, Yim King Po, da YKP: autonomia financeira foi fundamental para o novo número 1 do Brasil desenvolver seu pontencial no golfe
Daniel Stapff, com seu patrocinador, Yim King Po, da YKP: autonomia financeira foi fundamental para o novo número 1 do Brasil desenvolver seu pontencial no golfe

por: Ricardo Fonseca | fotos: Thais Pastor

Daniel Stapff, de 24 anos, chegou várias vezes perto de seu primeiro título profissional importante, mas sempre lhe faltava alguma coisa na reta final. Experiência, é claro, era uma delas, além de detalhes nos aspectos técnico, financeiro e mental de seu jogo. Isso começou a mudar este ano quando o paranaense trocou de técnico pela terceira vez em menos de um ano, com excelentes resultados; assinou contrato de patrocínio para integrar a equipe YKP/Azeite 1492, o que lhe deu tranquilidade para jogar sem pensar nas despesas de viagem; e passou a fazer yoga regularmente em busca do equilíbrio emocional que tanto precisava.

Ao lado, a vitória de Daniel Stapff em quatro momentos: o putt da vitória, o banho de água mineral de comemoração, o beijo da vitória e o cheque gordo do HSBC.
Veja, mais abaixo, à direita, o resultado final da etapa do Terras de São José GC

Stapff bateu na trave duas vezes, com dois terceiros lugares nos torneios anteriores, depois de sair no pelotão em ambos, até que, finalmente, colheu seu grande triunfo ao vencer, neste sábado, a etapa do Terras de São José Golf Club, em Itu, do Circuito Brasileiro de Golfe Profissional. Mais do que seu primeiro título importante na carreira iniciada em maio de 2012, Daniel, que vinha de dois terceiros lugares nas duas primeiras etapas do circuito, em Brasília e Porto Alegre, assumiu a liderança do ranking de prêmios e passou a ser o número 1 do Brasil, apenas dois anos e quatro meses depois de virar profissional.

Virada – Daniel, que saiu no pelotão, o grupo dos líderes, pela terceira vez consecutiva, não teve uma vitória fácil como a margem de três tacadas pode fazer acreditar. Afinal, ele jogava ao lado de dois dos golfistas mais experientes do Brasil e com quase 20 anos a mais do que ele: Ronaldo Francisco, seu companheiro de equipe YKP/Azeite 1492, e Rafael Barcellos, que juntos dominaram o ranking brasileiro nos últimos cinco anos. Ambos começaram a volta final líderes, com cinco abaixo, com Daniel uma tacada atrás.

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Ronaldo fez um birdie no primeiro buraco, contra bogeys dos adversários, para abrir duas de vantagem e dar a impressão que faria mais uma vez valer sua experiência e sangue frio em decisões. Mas um duplo bogey no buraco 2, onde errou o green duas vezes e saiu mal da banca, aumentaram a emoção da final. Ronaldo reagiu rapidamente com dois birdies, mas fez mais três bogeys no decorrer do jogo e teve que fazer birdie no 18 para jogar 73, sua única volta acima do para na semana, para empatar em segundo lugar.

Reação – Daniel reagiu ao bogey inicial de forma arrasadora. Fez cinco birdies nos 13 buracos seguintes para disparar na liderança com oito abaixo e abrir quatro de vantagem, restando quatro buracos a jogar. Enquanto isso, Barcellos, o outro líder da véspera, vinha sangrando desde o buraco inicial. Jogou três acima de ida e quando recuperou duas tacadas no começo da segunda metade do campo, fez um triplo bogey no 14, par 4 com green-ilha, onde mandou a segunda na água e ainda deu três putts, para dizer adeus ao título. Barcellos ainda teve que fazer birdie no 18 para jogar 76 (+4) e ficar sozinho em quarto lugar.

Com o caminho aberto, Daniel ainda fez um bogey no 15, mas juntamente com os dois parceiros de jogo. Ele bateu drive para a banca do green do 16, um par 4, onde teve chance de birdie, e também não segurou o braço no 17, outro par 4, aonde chegou de driver à esquerda do green, flertando com um fora de campo. Apesar do swing limitado pelos arbustos ao fundo ele fez novo par. No 18, um par 5, ainda vencendo por quatro, Daniel ficou à direita da raia, sem tiro para o green, fez um bom layup e ainda teve a chance de birdie, que errou antes de empurrar a bola para comemorar de forma contida, mas nem por isso menos emocional, sua conquista.

Divisor de águas – Um resultado que promete ser um divisor de águas na carreira de Daniel, tanto pelo aspecto emocional como financeiro, já que o prêmio de R$ 22 mil e mais o reforço dos patrocinadores, vai lhe permitir jogar as seletivas para o Web.com Tour, o circuito de acesso ao PGA Tour, e cinco dos oito torneios finais do PGA Tour Latinoamérica desta temporada. “Eu me sentia como se estivesse dentro de uma bolha que não explodia nunca”, conta Daniel sobre a sensação de conquistar seu primeiro grande título.

Antes disso, Daniel venceu a seletiva do PGA Tour Latinoamérica de 2012, para ser membro do circuito, e o torneio do Quinta do Golfe de 2013, com poucos pros em campo, mas onde jogou 62 na volta final para vencer de virada sobre Ronaldo, o head-pro do clube. Ele foi membro do PGA Tour LA em 2012, quando um quarto lugar na Argentina o colocou no ranking mundial de golfe, e em 2013, onde teve um Top 10 no Chile. Este ano ele joga alguns torneios do circuito, mas sem o cartão de membro.

Do “paitrocínio” ao profissionalismo – Daniel, que teve toda a carreira – incluindo os quatro anos de faculdade nos EUA – financiados por seus pais, lembra que sua família hoje não está numa posição financeira de continuar com esse investimento. Por isso, o patrocínio que tem desde fevereiro da equipe YKP/Azeite 1492, o dinheiro acumulado no último mês – R$ 44 mil -, fora os bônus por desempenho, são tão importantes para ele que só para jogar a primeira fase da Q-School (são três no total) vai investir US$ 7 mil, US$ 4,5 mil só de inscrição. “É um investimento que preciso fazer como se investe em educação, por exemplo”, compara.

Durante a entrega de prêmios, Daniel fez questão de agradecer seu patrocinador publicamente a Yim King Po, presidente da YKP, a quem chamou de “principal amigo do golfe brasileiro” e a Sérgio Carpi, do Azeite. Na entrevista, fez ainda questão de elogiar o profissional Luiz Felipe Miyamura, o Jaqueta, seu amigo de infância e atual treinador. Sem se esquecer das duas aulas semanais de yoga e dos 40 minutos de exercícios matinais diários. “São posições que ajudam e aumentar minha concentração, regulam minha respiração e fazem que meu dia seja mais focado, algo que tem feito grande diferença em minha vida”.

Destaques – O sênior paraguaio Ramon Franco, que vinha de três Top 5 em torneios da Argentina, jogou 70 nas duas voltas finais para ficar em quinto, no par do campo, seguido por Rogério Bernardo, patrocinado pelo Aeroporto de Viracopos, que também jogou 70 na volta final, e Felipe Navarro (73), que empataram em sexto, com duas acima. Rafa Becker, o outro integrante da equipe YKP/Azeite 1492, que vinha de um título em Porto Alegrem jogou 72 para somar três acima e empatar em oitavo com Marcos Silva, patrocinado pela Bueno Wines, que jogou 69 (-3) igualando a melhor volta do dia, de Daniel. Dos 23 jogadores que passaram o corte, cinco são estrangeiros.

O Circuito Brasileiro Profissional de Golfe é patrocinado por YKP, Azeite 1492, HSBC, BMW, Sportv e Klabin. Nespresso é o café oficial. O torneio tem apoio institucional do Terras de São Jose Golf Clube e da Federação Paulista de Golfe, recursos da Lei de Incentivo ao Esporte e organização da Confederação Brasileira de Golfe e da IMX.

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