Profissionais: Tiago vence após cancelamento da rodada. Barcellos é o nº 1 do Brasil

13/12/2015

Confraternização entre amadores empurrou rodada profissional para horário de chuvas previstas desde o dia anterior

 

Tiago (esq.) encerra jejum de um ano; Barcellos, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe (dir.) é o número 1 do Brasil da temporada profissional de 2015

por: Ricardo Fonseca | fotos: Thais Pastor

Uma confraternização entre amadores, dirigentes e convidados que ocupou o tee do 1 até as 10 horas da manhã fez com que a rodada final da etapa paulista do Circuito Brasileiro de Golfe Profissional fosse jogada no horário em que estavam previstas fortes chuvas desde o dia anterior. A tempestade chegou por volta das 13 horas e a rodada acabou cancelada, com os líderes no green do 8, depois que os aguaceiros com raios persistiram toda a tarde no Clube de Campo de São Paulo, como a meteorologia havia alertado. Com isso, Tiago Silva, líder do dia anterior, foi declarado campeão, e Rafa Barcellos, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, terminou o ano como número 1 do Brasil.

Um grupo de 14 profissionais, dos 19 que passaram o corte e jogavam a final, ainda fez uma petição aos organizadores para que a rodada fosse concluída na manhã desse domingo, como acontece em todos os circuitos profissionais ao redor do mundo, mas os dirigentes, alegando problemas operacionais e de custos, não aceitaram. Assim, após a melancólica entrega de prêmios de um Pro-Am virtual (os amadores tiveram seus resultados agregados aos de profissionais sorteados), onde a maioria dos amadores nem estava presente para receber seus troféus, Tiago foi declarado campeão e recebeu se cheque de R$ 15 mil, dos R$ 80 mil em prêmios.

internasRecompensa – Para Tiago, que mora com a mulher em Japeri (RJ), onde trabalhou no campo público, e vive com dificuldades tendo como renda apenas as horas-aula que dá para dois alunos como “coach regional” da Confederação Brasileira, sua primeira vitória em quase um ano foi uma recompensa por seu esforço em se manter competitivo, mesmo sem torneios para jogar. “Em alguns momentos a depressão toma conta, mas tenho conseguido superar isso e esse prêmio chega em boa hora”, diz o campeão, que não vencia desde a etapa do Alphaville (PR) do circuito nacional, no final de agosto de 2014.

Nas fotos ao lado, de cima para baixo, Tiago Silva, o campeão da etapa; Rafa Barcellos,da equipe YKP/Azeite 1492, vice-campeão e número 1 do Brasil em 2015;e Rogério Bernardo, que também foi vice-campeão da etapa.

Rafa Barcellos teve confirmado o posto de número 1 do Brasil, o que já estava praticamente certo depois que Rodrigo Lee, o segundo do ranking e único com boas chances de superá-lo, foi jogar a final da Série de Desenvolvimento do PGA Tour Latinoamérica, em Quito, nesses mesmos dias, tentando recuperar o cartão do circuito. Rafa Becker, campeão do Aberto do Brasil de 2014, também foi jogar lá pelo mesmo motivo. Barcellos também estava classificado para o torneio, mas optou por jogar em São Paulo em respeito a seus patrocinadores.

Patrocinadores – “Não fosse pelo Azeite 1492 e pela YKP que me patrocinam, eu teria ido jogar no Equador”, conta o número 1 do Brasil. “Mas com tão poucos torneios no Brasil (foram apenas três este ano, depois de dez meses sem nenhum) não podia deixar de jogar aqui, onde meus patrocinadores têm maior visibilidade e maior retorno”, explica. Barcellos também não gostou nem um pouco da etapa final do Circuito Brasileiro ter sido marcada para o mesmo dia do torneio internacional com US$ 50 mil em prêmios e que dá 15 cartões para o PGA Tour LA de 2016.

“Isso tem que ser revisto”, diz Barcellos. “Fazemos um torneio para classificar os brasileiros para essa final (a etapa de Curitiba deste ano deu cinco vagas para a Decisão da Série de Desenvolvimento) e aí marcamos o torneio seguinte para os mesmos dias, isso não faz sentido”. Mesmo não pretendendo jogar a temporada completa do PGA Tour LA, caso ganhasse o cartão, Barcellos queria muito ter ido jogar, para ter um circuito assegurado para 2016. “No ano que vem, com os Jogos Olímpicos, nem sabemos se vamos ter esse circuito no Brasil e eu ao menos teria competições para participar”.

Rogério – Mas o cancelamento da rodada final não atingiu ninguém tão fortemente como Rogério Bernardo, que chegou ao Clube de Campo decidido a abandonar o profissionalismo e voltar a ser amador. Rogério que começara o dia em segundo, perdendo por uma, era líder isolado, com sete abaixo e quatro tacadas à frente dos adversários, depois de ter feito três birdies e um eagle em sete buracos, embocando de fora no 3 (birdie) e no sete (eagle).

Sem torneios para jogar e sem poder dar aulas de golfe, já que não se formou em Educação Física, como exige e lei, Rogério tem passado dificuldades em casa e o golfe não tem lhe permitido sustentar a família. Agora, com o prêmio de R$ 11 mil que ganhou pelo empate em segundo lugar, Rogério ganhou mais um tempo para pensar em seu futuro.  Rogério andava tão preocupado com sua situação, que nem sequer sabia que, como campeão do ano anterior, estava classificado para jogar na final da Série de Desenvolvimento, em Quito, esta semana, onde poderia recuperar seu cartão para o PGA Tour LA e disputar os US$ 50 mil em prêmios. Ele só soube na terça-feira, quando o Portal Brasileiro do Golfe lhe perguntou por que estava inscrito nos dois torneios. “Aí não dava mais tempo de ir jogar”, lamenta Rogério. “Eu não tinha dinheiro para a viagem, mas se soubesse antes podia ter arrumado”.

Top 10 – Tiago, gaúcho radicado no Rio, venceu com 138 (71-67) tacadas, quatro abaixo. Barcellos, gaúcho radicado em São Paulo (69-70), e o paulista Rogério (70-69) empataram em segundo, com 139. Alfredo Coelho, carioca radicado em São Paulo, que chegou a uma tacada da liderança no começo da rodada suspensa, ficou em quarto com 140 (70-70). O paranaense Marcos Silva (71-70) e o boliviano Jorge Salvatierra (74-67) empataram em quinto. Os paranaenses Daniel Stapff (68-74), da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, número 1 do Brasil em 2014, e Luis Thiele (70-72) empataram em sétimo com Pablo de la Rua (70-72), todos com 142, o par do campo. O carioca Philippe Gasnier completou os Top 10, com 143 (73-70).

O corte em cinco acima do par foi superado por 19 profissionais e um amador, o juvenil Thomas Choi, de apenas 14 anos recém completados, que pela primeira vez chega às finais de um torneio profissional. O Circuito Brasileiro de Golfe Profissional termina 2015 com três etapas de R$ 80 mil cada, ou R$ 240 mil no total. Isso equivale a apenas 40% do que foi pago em 2014, quando o circuito teve cinco etapas de R$ 120 mil cada, num total de R$ 600 mil.

Na foto abaixo, os três integrantes da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, que foram os três primeiros o ranking nacional de 2014 (Barcellos, 2º; Rogério, 3º e Stapff 1º). Com Barcellos sendo o número 1 do Brasil em 2015, pelo segundo ano consecutivo um jogador da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe termina o ano no topo do ranking brasileiro.

Equipe YKP Azetie 1492 com Barcellos Ronaldo e Daniel 650

  • Onde Jogar

    Como chegar. Dicas de hospedagem e alimentação. Preços e serviços

  • Turismo

    Aproveite o acordo entre a Pousada Travel Inn Trancoso e o Terravista Golf Course

  • Golfe 2016

    Paris 2024: Corrida olímpica começa com o brasileiro Rafa Becker entre os Top 50


  • Newsletter

    Golfe.esp.br - O Portal Brasileiro do Golfe

    © Copyright 2009 - 2014 Golfe.esp.br. Todos os direitos reservados