´Regra Tiger Woods` é destaque nas Decisões para 2014 e 2015

20/11/2013


A partir de 1º de janeiro, bola só será considerada movida se isso puder ser visto a olho nu


O novo Decisões na Regras do Golfe e a página com os gráficos mostrando o que é ou não uma bola enterrada
O novo Decisões na Regras do Golfe e os gráficos mostrando o que é ou não uma bola enterrada

por: Ricardo Fonseca

Entre as 87 mudanças no livro das “Decisões na Regra do Golfe 2014-2015”, lançado nesta terça-feira pelo R&A e pela USGA e que entra em vigor dia 1º de janeiro, uma já está sendo chamada de “Regra Tiger Woods”: trata-se da Decisão 18/4, que diz que mesmo quando evidencias tecnológicas (como vídeos de alta definição exibidos em câmara lenta) mostrarem que uma bola mudou de posição, a bola não será considerada movida se esse movimento não pudesse ser “razoavelmente perceptível” a olho nu no momento em que aconteceu.

De acordo com essa que é uma das três novas decisões incluídas no livro (há ainda 59 decisões revisadas, uma renumerada e 24 excluídas) Tiger Woods poderia, a critério dos árbitros, não ter sido penalizado em duas tacadas durante o BMW Championship deste ano, quando, ao retirar uma folha, provocou o movimento de sua bola que se encontrava fora da raia, entre árvores, sobre vários detritos. Na oportunidade, Tiger se inclinou e começou a retirar os detritos em volta, até que, ao puxar uma folha, viu sua bola se mexer e parou rapidamente.

Evidência – Alertados pelo cinegrafista do próprio PGA Tour que gravava a cena e viu a bola se mover pelo visor da câmara, os árbitros reviram o vídeo gravado do incidente e constataram que a bola mudara de posição (foto comparativa à direita). Chamado a ver o vídeo, Tiger se negou a aceitar e evidência, gritou com os árbitros esmurrou a parede da sala e foi embora repetindo que a bola apenas oscilara. Foi penalizado em duas tacadas por infringir a Regra 18-2 (Bola movida por jogador, parceiro, caddie ou equipamento), mas poupado das sanções disciplinares da Seção 1 (Etiqueta e Comportamento), previstas para quem fere, entre outras coisas, o “Espírito do Jogo”, do qual respeito com os árbitros é parte integrante.

Mesmo com a nova “Regra Tiger Woods”, o número 1 do mundo não estaria livre da punição no caso do BMW – nem do “F” que recebeu de nota do comentarista Brandel Chamblee, do Golf Channel, que o chamou de “arrogante com as Regras do Golfe” – se os árbitros considerassem que o fato de ele ter parado repentinamente de puxar a folha significasse que Tiger vira a bola se mover e não “oscilado”, como preferiu definir o jogador. Apesar da nova decisão, em muitos casos o julgamento continuará a ser bastante subjetivo, dependendo exclusivamente da integridade de jogador. O que é comum no golfe de alto desempenho, em caso de dúvida, é o jogador se penalizar para preservar e integridade do golfe, mas infelizmente nem todos pensam assim.

Regra da TV – A “Regra Tiger Woods” é um desdobramento da “Regra da TV”, como ficou conhecida a Decisão 33-7/4.5, introduzida extemporaneamente em abril de 2011, já durante o segundo ano de vigência da versão 2010/2011 das Decisões (publicação bienal), que autorizava o Comitê transformar a pena de desclassificação prevista na Regra 6-6d (cartão com resultado a menor), em duas tacadas de penalidade, conforme a Regra 18/2, se a infração praticada pelo jogador e julgada após a entrega de cartões, com base em vídeos, não fosse razoavelmente perceptível no momento da infração. Agora nem as duas tacadas de penalidade o jogador terá.

A USGA e o R&A garantem que os vídeos, assim como qualquer outra evidência continuam a se importantes para a aplicação das Regras de Golfe, que continuam monitorando constantemente as mudanças que a tecnologia vem trazendo para o golfe, mas que essa mudança, bem como a anterior, foi introduzida para evitar injustiças.


Veja um resumo das principais mudanças que entram em vigor a partir do dia 1º de janeiro


Decisão 14-3/18: permite que os jogadores acessem boletins meteorológicos em seus celulares ou tablets durante o jogo, como forma de saber sobre a aproximação de tempestades e afins, com o objetivo de preservar sua segurança. Mas alerta que o jogador continua não podendo usar essas aparelhos para medições de condições específicas de seu local de jogo.

Decisão 25-2/0.5: revisada para explicar, através de gráficos, quando a bola é considera enterrada (no próprio pique). Pelos desenhos vê-se que a bola não é considerada enterrada apenas quando está totalmente acima da linha do solo. Mesmo se estiver apenas um pouco abaixo é considera enterrada.

Decisão 27-2a-1.5: revisada para permitir que um jogador caminhe aproximadamente 46 metros (50 jardas) para frente sem abdicar de seu direito de voltar ao local de origem e bater uma bola provisória. O objetivo de permitir essa caminhada é o jogador se certificar que sua bola pode estar mesmo perdida fora de um obstáculo de água ou fora de campo, condições que permitem jogar a bola provisória, o que segundo R&A e USGA vai ajudar também no ritmo de jogo em todos os níveis.

Decisão 18/4 (discutida na abertura do artigo): prevê que, quando evidências tecnológicas (TV de alta definição, gravações digitais etc) mostrarem que uma bola deixou sua posição para ficar em outra, a bola não será considerada movida se esse movimento não pudesse ser “razoavelmente perceptível” a olho nu no momento em que aconteceu.

Como obter o novo Decisões
R&A e USGA estarão em breve vendendo o livro Decisões nas Regras do Golfe 2014-2015 (em inglês) em seus sites. A única versão traduzida para o Português do Decisões é a 2008-2009. Mas existem aplicativos para celulares e tablets em todas as plataformas, que podem ser baixados e atualizados de graça ou mediante pequeno pagamento. Eles são mais fáceis de levar em campo e até mais fáceis de usar por permitir busca por palavras-chave (em inglês), retornando as regras aplicáveis.


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