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Regras: PGA Tour e PGA of America voltam atrás e aceitam mudança

02/07/2013

Mas entidades ainda tentam adiar proibição das tacadas ancoradas para amadores por anos

Finchem: recuo, negociação e marcando posição ao dizer que tem o direito de fazer suas próprias regras

Depois de ir frontalmente contra a nova Regra14-1b, que proíbe as tacadas com os tacos ancorados e na prática quase torna quase obsoletos os putters longos, vassourões e belly putters, o PGA Tour e o PGA of America anunciaram esta semana que irão acatar a mudança acordada entre R&A e USGA, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2016, ano da volta do golfe aos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. As duas entidades haviam ameaçado bifurcar as Regras do Golfe se a mudança fosse adotada, mas voltaram atrás depois que o Comitê de Política do PGA Tour se reuniu e reviu sua posição, decidindo que os profissionais americanos deveriam aceitar a mudança.

No comunicado oficial do PGA Tour, que fala também em nome do PGA of America, as entidades pedem, no entanto, que a USGA adie a implantação da nova regra para os amadores, citando como exemplo o que já acontece com os grooves dos ferros. Enquanto os profissionais adotaram os novos grooves que penalizam mais as jogadas da grama alta há quase dois anos, ela só valerá para os amadores a partir de 2024, o que na prática caracteriza dois conjuntos de regras para o golfe.

Diferença – Há, porém, uma diferença fundamental entre as duas situações. No caso dos grooves, o que foi proibido foi certo tipo de equipamento e as entidades do golfe mundial, escaldadas por processo como os do Ping Eye 2, decidiram permitir os tacos por mais uma década para evitar ações na Justiça por parte dos fabricantes. No caso da Regra14-1b, ela não proíbe os putters longos, que ainda poderão ser usados, mas define o que é uma tacada de golfe e impõe restrições à forma como ela é feita.

Isso não impede ainda que a questão vá acabar na Justiça. Nove profissionais que usam os putters longos ancorados ao corpo, como Tim Clark, Carl Pettersson e Adam Scott, constituíram um advogado – Harry Manion, de Boston – para representá-los nesta mudança de Regras e ver se a forma legais de não trocar de putter ou a forma de usar seus putters longos. O advogado se disse surpreendido com a decisão dos PGAs americanos, mas não considera a questão resolvida.

Recurso – O caso de Clark é um dos mais destacados, uma vez que médicos atestam que o jogador tem um problema congênito nos braços que o impede de usar o putter da maneira tradicional. Como ele iniciou a profissão já usando esse tipo de tacada – os putters longos são usados por décadas no mundo todo – mudar a regra agora iria impedi-lo de trabalhar.

Scott, que venceu o Masters em abril, é o quarto jogador a ganhar um major usando um putter longo ancorado, o que fez com que esse tipo de jogada completasse seu próprio Grand Slam. Antes dele, os outros majors foram vencidos por Keegan Bradley (PGA Championship de 2011).Ernie Els (British Open de 2012) e Webb Simpson (U.S. Open de 2012).

Diferenças – O comunicado do PGA Tour mostra, no entanto, que a decisão não foi fácil nem unânime. “Em sua decisão, o Comitê de Política reconhece que ainda existem diferentes opiniões entre os nossos membros, mas em última instância concluiu que, embora seja uma questão importante, a proibição de tacos ancorados não afetaria fundamentalmente uma boa apresentação de nossos eventos ou o sucesso do PGA Tour”, diz Tim Finchem , o comissário da entidade. “O Comitê de Política também foi da opinião de que ter um único conjunto de regras sobre tacos aplicável a todas as competições profissionais em todo o mundo era desejável e evitaria confusão.”

E para não dar o braço totalmente a torcer, Finchem reiterou que o PGA Tour se reserva ao direito de fazer suas próprias regras, se necessário. “Não é inconcebível que se possa chegar no futuro a um momento em que o Comitê de Política considere que as regras adotadas pela USGA, inclusive na área de equipamentos, podem não servir aos melhores interesses do PGA Tour, e que uma regra local para eliminar ou alterar uma regra da USGA pode ser apropriada “, disse.