Rocha in Rio: carreira renasce com vitória histórica em playoff recorde

28/09/2015


Alexandre fica perto do Web Tour e entra na briga olímpica. Adilson e Stapff são Top 10


Rocha solta o grito entalado na garganta desde os 15 anos: campeão do Aberto do Brasil!
Rocha solta o grito entalado na garganta desde os 15 anos: campeão do Aberto do Brasil!

por: Ricardo Fonseca | fotos: Thais Pastor e Fábio VIcente

Alexandre Rocha viu sua carreira renascer na noite deste domingo, com o campo iluminado apenas pela luz da superlua no céu do Rio de Janeiro, ao superar dois americanos em sete buracos de desempate e conquistar o título do 62º Aberto do Brasil, apresentado por Credit Suisse Hedging-Griffo e que teve o Azeite 1492 entre seus patrocinadores. A vitória no playoff mais longo da história do PGA Tour Latinoamérica colocou Rocha em terceiro lugar no ranking do circuito, que dará cinco cartões para o Web.com Tour, e o fez subir 278 posições no ranking mundial de golfe, o que o recoloca na disputa para uma vaga para os Jogos do Rio 2016. Era o dia final do “Rock in Rio”, que levou milhares de pessoas para a cidade, mas no golfe brasileiro a data vai ficar marcada como a do “Rocha in Rio”.

Veja, abaixo, os resultados completos do Aberto do Brasil

Esta sua primeira vitória no Aberto do Brasil, torneio que ele disputa desde os 15 anos, foi simbólica para Rocha que, aos 37 anos, já havia jogado no Tour Europeu de 2005 a 2010, no PGA Tour, em 2011 e 2012, e no Web.com Tour, em 2013 e 2014, antes de cair para o PGA Tour Latinoamérica, terceira divisão do PGA Tour americano. Ao embocar o putt para par no buraco 9, jogado pela terceira vez no desempate (o 18 foi jogado mais quatro vezes) Rocha soltou um grito de desabafo que ecoou pelo vale do Itanhangá Golf Club, até ser encoberto pelas palmas da torcida, tão emocionada como ele.

Nas fotos ao lado, de cima para baixo: Rocha com Sergio Carpi, presidente do Itanhangá e patrocinador do torneio com o Azeite 1492; Rocha recebe o cheque simbólico de Michael Whyte, do Credit Suisse, banco que apresentou o evento; Rocha com a competente equipe do Itanhangá, que entregou o campo em condições perfeitas, formada por Estélio Zen, capitão e diretor de campo; o head-pro Antônio Lins e Sergio Carpi; e Rocha em outro momento da comemoração do putt da vitória.

“Foi uma sensação de alívio e de euforia total, pois tirei um enorme peso das costas”, diz Rocha, que chegara perto do título do Aberto do Brasil várias vezes, a última delas ao ser terceiro colocado, em Curitiba, em 2010. “Sinto-me cansado, mas realizado e honrado por poder manter o título no Brasil” completa o campeão, que sucede a Rafa Becker, que venceu em 2014, no Gávea. A última vez que dois brasileiros venceram o Aberto do Brasil em anos consecutivos foi em 1995, com Eduardo Pesenti, ainda amador, e em 1996 com Ruberlei Felizardo, numa época que o torneio andava desprestigiado, com prêmio pequeno e poucos estrangeiros em campo. O Aberto do Brasil de1980, no São Fernando, que era parte do Tour Sul-Americano, também foi decidido num playoff de sete buracos com Jerry Pate vencendo Manuel Piñero.

Azeite 1492 – Rocha recebeu a taça de campeão das mãos do patrocinador Michael Whyte, do Credit Suisse, e de Sergio Carpi, presidente do Itanhangá e responsável pela operação do Azeite 1492 dentro do Grupo Libra. Carpi foi duplamente importante para o torneio: com o patrocínio do Azeite 1492 ele garantiu que o Aberto do Brasil fosse jogado no Itanhangá, e ainda bancou a vinda de Adilson da Silva, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, o jogador mais bem ranqueado do Aberto e destaque da semana, o que atraiu rádios, jornais e tevês para o clube e ajudou a dar publicidade ao torneio. Todos queriam conhecer e entrevistar o jogador brasileiro que está no ranking olímpico há mais de um ano, mas não jogava no Brasil desde 2000.

Adilson, que veio do Aberto da Rússia, do Tour Europeu, e já partiu para jogar quatro torneios seguidos do Tour Asiático, nas próximas semanas, teve um final arrasador, jogando 66 e 66, dez abaixo no final de semana, terceiro melhor acumulado das rodadas finais, com direito a cinco birdies nos últimos oito buracos do torneio. Com isso, Adilson empatou em oitavo lugar com Daniel Stapff, seu companheiro de equipe YKP/Azeite 1492, ambos com 12 abaixo no total e a uma tacada de pontuar para o ranking mundial de golfe, que no PGA Tour LA contempla apenas os seis primeiros e empatados.

Concentração – Rocha estava tão concentrado na rodada final que após jogar 25 buracos ao lado do americano Keith Mitchell, seu adversário nos cinco buracos finais do playoff (o também americano Kent Bulle saiu da disputa com um bogey no segundo buraco extra) teve que perguntar seu nome antes de ir receber o prêmio e fazer o discurso da vitória. Os três empataram com 267 tacadas, 17 abaixo do par, depois de começar o dia também empatados em primeiro.

Para chegar ao título Rocha teve uma atuação bastante regular com voltas de 68, 65, 67 e 67 tacadas, que o deixaram líder desde o segundo dia. Ele fez 21 birdies e um eagle durante a semana e teve no domingo sua única volta livre de bogeys, com quatro birdies feitos nos buracos 1, 2, 11 e 17, este último para empatar o jogo com os dois americanos, depois de ter perdido a liderança nos três buracos anteriores, onde cada um dos adversários fez dois birdies, contra par do brasileiro.

Decisão – “Foi um final muito confuso e nenhum de nós sabia quem conseguiria manter a concentração e a energia necessárias para chegar ao título”, conta Rocha, cujo maior valor foi ter recobrado a concentração depois de errar um putt de menos de um metro que teria lhe dado o título no buraco 72, o último da volta regular. O playoff foi jogado duas vezes no 18, e depois se alternando entre o 9 e o 18. Após o sexto buraco extra o PGA Tour LA decidiu deixar a decisão para esta segunda-feira, mas os dois jogadores de comum acordo resolveram jogar quase no escuro. Rocha ganhou com sete pares no playoff, seu adversário fez seis pares e um bogey no final, quando deu o único approach ruim do desempate.

Rocha diz que seu objetivo agora é terminar entre os cinco primeiros do ranking, reconquistar o cartão para o Web.com Tour e aproveitar que o circuito de acesso ao PGA Tour dá mais do que o dobro de pontos para o ranking mundial do que o PGA Tour LA, para garantir uma vaga olímpica. Hoje apenas Lucas Lee, que acaba de entrar para o PGA Tour, e Adilson da Silva, estariam classificado para o Rio 2016.

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