O Portal Brasileiro do Golfe > Tudo sobre golfe: Notícias, Fotos, Vídeos, Equipamentos e mais

Saia justa: Nova CEO da IBM pode forçar Augusta e ter mulheres

29/03/2012

Por tradição, todos presidentes das patrocinadoras do Masters tornam-se sócios do clube

Virginia Rometty, CEO da IBM foto: Graham Carlow/IBM

Virginia Rometty, CEO da IBM, será rejeitada como sócias do Augusta? foto: Graham Carlow/IBM

O que a líder feminista Martha Burk não conseguiu em 2002 e 2003, quando denunciou o Augusta National, sede do Masters, e liderou protestos contra a política do clube de só aceitar homens como sócios, o que ela considerava incompatível com quem pretendia ser a vitrine do golfe mundial, a tradição do golfe pode conseguir agora. Tudo porque os CEOs das empresas patrocinadores do Masters – Exxon, AT&T e IBM – recebem automaticamente o título de sócios de Augusta, e a IBM nomeou em janeiro sua primeira CEO mulher, Virginia “Ginni” Rometty.

A pergunta que não quer calar agora é se o Augusta National vai discriminar não as mulheres, mas a mais poderosa executiva de seu mais antigo patrocinador? Uma saia justa danada para Billy Payne, presidente de Augusta resolver. Seu antecessor, Hootie Johnson, não soube lidar com a questão, quando confrontado por Burk. A líder feminista liderou um boicote nacional aos produtos das três patrocinadoras, o que levou o ranzinza ex-presidente a abrir mão dos patrocínios por dois anos, enquanto as coisas se acalmavam. O dinheiro deve ter entrado, mas não houve comerciais na TV ou publicidade das empresas.

Racismo e machismo – Rometty certamente não assumiu o cargo de CEO da IBM pensando na questão do machismo de Augusta, mas agora está bem no meio dela. Augusta não aceita mulheres desde que foi fundado em 1933 e passou décadas sem aceitar negros, até ser ameaçado de fechamento pelo Congresso americano. Por causa de sua política de segregação racial, o golfe, que ia se apresentar em Augusta, como esporte-exibição, foi obrigado a se retirar dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, provocando um atraso de vinte anos até o esporte voltar a ser aceito na família olímpica nos Jogos do Rio, em 2016.

E como vergonha suprema, o jornal USA Today publicou, em 1991, reportagem afirmando que Robert Helmick, um representante influente do comitê de candidatura de Atlanta, ligado a Augusta, aceitou uma taxa de consultoria de U$ 300 mil, a fim de forçar a inclusão do golfe no programa olímpico, o que acabou não dando certo. Augusta fez muito pelo golfe mundial, mas não se livrará dessas nódoas enquanto o chauvinismo masculino persistir em pleno século 21.