25/09/2009
A dupla brasileira terminou o torneio com 266 tacadas (66-68-64-68), 18 abaixo do par, mesma contagem da Guatemala de Pablo Acuña e Alejandro Villavicencio (62-70-66-68). As duas primeiras vagas, das três oferecidas na seletiva, ficaram para o Chile de Martín Ureta e Hugo León, os campeões com 257 (59-67-61-70), 27 abaixo do par, e para a Venezuela de Jhonattan Vegas e Alfredo Adrian, os vice-campeões com 260 (60-68-64-68), 24 abaixo.
Emoção – A rodada final foi disputada na modalidade foursomes (tacadas alternadas), com os dois integrantes das equipes jogando uma única bola e se revezando nas tacadas. O Brasil fez birdies nos buracos 3, 7 e 9 para chegar à segunda metade do campo em terceiro lugar no placar. A Guatemala empatou o jogo com um birdie no 10 e os brasileiros fizeram bogeys no 12 e no 14, dando a impressão de que não havia mais como garantir a vaga. Mas os brasileiros se encheram de brio e fizeram birdies no 17 e no 18 para levar o jogo para o desempate.
“Assim que fizemos o birdie no 18 o Ronaldo veio me pedir desculpas, chorando, por não termos nos classificado”, conta Rafa Barcellos. “Eu fiquei em dúvida, mas meu caddie veio correndo avisar que nos estávamos no desempate contra a Guatemala”, recorda Rafa, que já havia jogado a seletiva quatro vezes sem nunca se classificar. Ronaldo participou de outras duas seletivas, uma delas ao lado de Rafa, quando nunca tiveram chance de ficar com a vaga.
Playoff – O playoff começou pelo buraco 18, um par 5, onde a Guatemala ficou a seis metros do buraco, para birdie. “O Ronaldo bateu um tremendo drive, mas eu bati uma madeira muito forte e passei o green com a segunda, ficando quase injogável”, conta Rafa. “Foi aí que o Ronaldo bateu um 64 (wedge) para a lua, a bola subiu muito, caiu fora do green, rolou e ficou a quatro metros do buraco”, diz o profissional do São Paulo GC. “A bola deles rodou no buraco e saiu, mas eu emboquei para birdie e ganhamos a vaga”, comemora.
A dupla brasileira estava tão emocionada que caiu no choro ali mesmo, no green. “Seria muita injustiça se a gente não se classificasse”, diz Rafa. “Nós estávamos batendo muito bem na bola, mas apanhando nos greens”, revela. “Mas quando fomos para o desempate, sabia que não íamos perder mais, pois nessa modalidade de tacadas alternadas bater bem na bola é fundamental”, avalia.
11 anos – O Brasil classificou-se pela última vez para jogar a World Cup em 1998, quando Acácio Jorge Pedro e Ruberlei Felizardo venceram a seletiva na Jamaica. “Nós fomos jogar a final na Austrália, mas não fomos bem”, conta Acácio, que é o recordista brasileiro, com sete participações na World Cup.
Segundo Acácio se recorda, a melhor colocação do Brasil foi um 20º lugar, quando ele jogou ao lado de Nico Barcellos, o irmão mais velho de Rafael. Acácio conta que naquela época a World Cup era jogada de forma diferente, na soma de tacadas. “Valiam os quatro resultados de cada um”, explica.
Série Mundial – A partir de 2000, a World Cup passou a fazer parte da série mundial, ao lado do Accenture Match Play, NEC (hoje Bridgestone) Invitational e American Express (hoje CA) Championship. Em 2007, o torneio deixou a série mundial, mas continuou sancionado pela Federação Internacional de PGAs.
O torneio também trocou de nome várias vezes. Nasceu em 1953, como Canadá Cup, em homenagem ao industrial canadense John Jay Hopkins que criou a competição para promover a boa vontade através do golfe. Em 1967, passou a se chamar World Cup e a correr o mundo como um dos mais prestigiados torneios internacionais. Em 1993, mudou mais uma vez, para World Cup of Golf.
Formato – Em 1953 o formato era stroke play em 36 buracos, valendo os dois resultado da dupla. De 1954 a 1999, o formato foi mantido, só que em 72 buracos. Havia ainda um prêmio especial, o International Trophy, para o melhor resultado individual. Jaime Gonzalez já ficou em quarto no individual e Rafael Navarro ficou em quinto. A partir de 2000 adotou-se o formato atual, com dois dias de foursomes e dois dias de melhor bola (Best Ball).
Confira abaixo os 19 países pré-classificados para a World Cup, de acordo com o ranking do torneio:
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