26/01/2015
por: Ricardo Fonseca – fotos: Walter Mendiola (FPG)
O carioca André Tourinho foi o vice-campeão do 10º Campeonato Sul-Americano Amador de Golfe, competição individual encerrada neste domingo, no Lima GC, no Peru. Depois de começar a volta final em quarto, perdendo por três e de ter um mau momento na metade da rodada, Tourinho conseguiu reagir nos buracos finais, para jogar duas abaixo e terminar em segundo, com 281 tacadas, sete abaixo do par.
O campeão de ponta a ponta, como nove abaixo, foi o americano Scott Harvey, que venceu o Mid-Amateur dos EUA em 2014, o que lhe garantiu vaga para o Masters deste ano.
Veja, abaixo, os resultados do Campeonato Sul-Americano Amador de Golfe e a colocação de todos os brasileiros
Tourinho dividiu a liderança com Harvey após o segundo dia, mas fez sua pior volta da semana no sábado, para se distanciar do título, o mesmo que já havia lhe passado no Latin America Amateur Championship, na semana anterior, antes de terminar em terceiro lugar, a duas tacadas do campeão.
Desta vez, Tourinho jogou três acima nos primeiros dez buracos, contra uma abaixo do campeão, e ficou ainda mais distante da ponta, chegando a estar em sexto lugar parcial. Mas o brasileiro reagiu nos buracos finais com quatro birdies que o deixaram a uma tacada do líder. No 18, ele arriscou tudo e fez um bogey que não lhe tirou o segundo lugar.
Desempate – Tourinho terminou empatado em segundo com o peruano Patrício Alzamora e com o chileno Joaquim Niemann, que marcaram 69, o melhor resultado do dia no topo da tabela, para também somar sete abaixo. Mas o brasileiro ficou com o título de vice-campeão no desempate, em quinto, com -6, terminou o argentino Joaquim Simaski, que começou o dia em segundo, perdendo por uma, mas jogou 75 neste domingo. Tourinho joga esta semana as seletivas para o PGA Tour Latinoamérica, que terá seus últimos cartões para 2015 definidos em duas sedes da Q-School, em Lima, e em Buenos Aires.
Nas fotos ao lado, de cima para baixo: o campeão Scott Harvey, dos EUA< que vai jogar no Masters e no European Amateur; a paraguaia Sofía García, campeã, que vai ao European Ladies Amateur, e a vice, a mexicana Maria Fassi; Tourinho no tee do 9; Daniel Kanji Ishii; Tomaz Pinheiro; Herik Machado; Luiza Altmann, a melhor brasileira; Lauren Grinberg; e Giovana Hirata Yabiku
O vice-campeonato do Tourinho iguala o melhor resultado brasileiro no torneio que havia sido conquistado por Daniel Stapff em 2009, último ano em que o torneio foi jogado em match play e a sede no foi no São Fernando, em Cotia (SP). Felipe Navarro, com o bronze. No feminino, a melhor colocação foi o 11º lugar que Patrícia Carvalho conseguiu em 2010.
A vez do Masters – “Joguei muito bem durante todo o torneio, fiquei um pouco nervoso na final, mas por sorte pude me manter na frente”, diz Harvey, que com o título ganhou o direito de disputar o European Amateur, que vale vaga para o British Open. “Jogar o Masters este ano vai ser um sonho e já vou treinar em Augusta”, conta o americano, que mora na Carolina do Norte.
O melhor entre os outros três brasileiros que disputaram o Sul-Americano foi o carioca e, como Tourinho, jogador do Itanhangá, Daniel Kenji Ishii, que terminou em 19º lugar entre 70 jogadores, com 291 tacadas, três acima. Kenji estreou entre os Top 10 e se manteve perto desta colocação até fazer uma volta ruim no terceiro dia. O mineiro Tomaz Pimenta ficou em 25º, com sete acima, e o gaúcho Herik Machado em 38º, com 12 acima, depois de ter desandado na volta final.
Feminino – Na competição feminina, houve dobradinha das paraguaias, com Sofía García sendo campeã graças à volta de 66 tacadas (-6), que jogou no sábado para virar o jogo. Neste domingo ela marcou 73 o suficiente para somar seis acima e ser campeã com uma de vantagem sobre a também paraguaia Milagros Chaves e a Mexicana Maria Fassi, a escocesa Gema Dryburgh e a irlandesa Maria Dunne, todas com sete acima.
Com o título, que ganhou apesar de um duplo-bogey no 18, quando seu nervosismo era evidente, García, de 16 ano, ganhou o direito de disputar o European Ladies Amateur de 2015. A peruana Lucía Gutierrez, que defendia o título ganho em 2013 e foi líder dos dois primeiros dias, não se recuperou mais da volta ruim de sábado e foi ainda pior no domingo, quando marcou 82, para terminar em 11º lugar com 14 acima. Participaram 37 jogadoras.
Brasileiras – Das três meninas que representaram o Brasil no torneio, quem terminou melhor foi Luiza Altmann, 13º colocada com 15 acima. Luiza, de 16 anos, estreou entre as Top 10 e, depois de fazer sua pior volta na sexta, não conseguiu voltar à ponta do placar e superar a marca de Patrícia Carvalho por pouco.
Lauren Grinberg, a mais nova da turma e ainda pré-juvenil, com 14 anos, que também estreou em sétimo, terminou em 31º, enquanto Giovanna Hirata Yabiku, que acaba de passar para juvenil, ficava em 36º num torneio em que não escapou do último lugar, mas lhe deu enorme experiência internacional num campo difícil e seletivo preparado para jogadoras muito mais velhas do que ela e Lauren.
Participaram do torneio golfistas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Guatemala, México, Canadá, Escócia, Estados Unidos, Finlândia, Gales, Inglaterra, Irlanda e Portugal.
Entre os homens a Argentina continua como o maior ganhador do torneio, com seis títulos, conquistados por Tommy Cocha (dois), Sebastián Saavedra, Jorge Fernández Valdés, Franco Romero e Esteban Martínez. No feminino, Colômbia, com Paola Moreno, María Yacamán e Luciana Murcia, e Argentina, com Martina Gavier, Manuela Carbajo Ré y Delfina Acosta empatam com três títulos cada.
Organização – Peru, que sediou o torneio pelo segundo ano consecutivo, garantiu o direito de organizar o Sul-Americano Amador também em 2016 e 2017.
O campeonato foi organizado pela Federação Peruana de Golfe e pela Federação Sul-Americana de Golfe, com apoio do R&A e do Lima Golf Club, numa organização e campo elogiados por todos. Pela primeira vez, a USGA mandou uma equipe oficial para participar do torneio e já levou o título masculino, que nos dois anos anteriores foram ganhos por europeus.
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