23/04/2013
Mesmo sem ter jogado nenhum torneio desde a Copa Los Andes de 2012, dividindo com a mulher os cuidados com os dois filhos do casal, o mais novo com oito meses, o gaúcho Leonardo Conrado chega ao 63º Campeonato Aberto Sul-Brasileiro de Golfe, uma das competições mais antigas e importantes do calendário nacional, disposto a fazer história no evento que vai ser jogado de sexta a domingo desta semana, no Porto Alegre Country Club, na capital do Rio Grande do Sul. Muitos dos melhores jogadores do Brasil já confiram presença no torneio, que terá ainda quatro argentinos de alto nível participando como convidados.
Conrado venceu o Sul-Brasileiro pela primeira vez, em 1993, antes de deixar o golfe competitivo para estudar, formar-se em Medicina e se casar. Ao voltar a participar de campeonatos, mais de 15 anos depois, Leonardo venceu o Sul-Brasileiro em 2009 e 2010 e chegou muito perto dos títulos de 2011 e de 2012, anos em que teve a chance de se tornar o primeiro golfista a vencer a competição em três décadas diferentes.
Oportunidades – Em 2011, Conrado chegou como líder à volta final, com chances de ser o primeiro tricampeão em 61 anos de história do torneio, antes de jogar 76 no domingo e terminar em quarto lugar. Em 2012, Conrado fez bogey no 18 para ir a um tríplice playoff pelo título e ser vice-campeão. O chileno Juan Cerda, hoje profissional, fez birdie no primeiro buraco do desempate para derrotar Conrado e Paulo Davis, o outro integrante do desempate.
Este ano, Conrado volta como favorito ao título, apesar de não ter participado de nenhuma competição nos últimos quatro meses e de só ter voltado aos treinos na semana passada, quando começou a se preparar para o Sul-Brasileiro. “Infelizmente não pude defender meu título em Pelotas (torneio do ranking gaúcho), nem em Brasília (do ranking nacional), nas duas últimas semanas”, conta Conrado, que com isso perdeu o posto de número 1 do golfe amador brasileiro para o também gaúcho Octávio Villar, o Fanta, que foi terceiro colocado no Distrito Federal, no último domingo, no primeiro torneio nacional do ano a reunir a elite do golfe do país.
Melhor Fase – Mas o que Conrado mais lamenta é não estar aproveitando a melhor fase de sua carreira, que começou há exatamente um ano, quando venceu três torneios seguidos (Pelotas, Brasília e Sul-Brasileiro, onde ficou em segundo, mas dividiu com Davis os pontos de campeão, como os melhores brasileiros), chegou a número 1 do Brasil, e se classificou para a equipe brasileira da Los Andes, o Sul-Americano de Golfe por Equipes, jogada no Rio de Janeiro, no final de 2012.
“Este ano já recebi três convites da CBG (Confederação Brasileira de Golfe) para jogar no exterior (Sul-Americano individual, Colômbia e Uruguai), mas não pude aceitar nenhum por causa dos compromissos familiares e profissionais”, lamenta Conrado, que é cirurgião do Aparelho Digestivo. Mas em comum acordo com a mulher, Conrado já estabeleceu seu calendário nacional para 2013, que começa no Sul-Brasileiro e inclui ainda os Abertos do Rio de Janeiro, Paraná, o Amador do Brasil e o Aberto do São Paulo Golf Club.
Planos – “Quero jogar esses torneios e ver se consigo novamente um convite para participar do Aberto do Brasil”, conta Conrado, que passou o corte e foi o melhor amador da edição de 2012 do torneio, que valeu para o PGA Tour Latinoamérica. O feito rendeu a Conrado 33 pontos para o ranking mundial amador, que o levaram para a 350 colocação, a sua melhor até agora. Conrado, que pontou em oito competições, em 2012, ainda é o segundo melhor brasileiro do ranking mundial amador, na 74ª posição, atrás apenas do paulista Rafael Becker, que está em 143º.
O 63º Aberto Sul-Brasileiro de Golfe tem patrocínio de Coca-Cola e apoio de Swan Hotéis e da Confederação Brasileira de Golfe (CBG). O campeonato é uma realização do Porto Alegre Country Club e conta com a organização da ProTenis Promoções Esportivas.
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