Tom Watson vai comandar equipe dos EUA na Ryder Cup, em 2014

13/12/2012


Ele foi escolhido dez dias depois de afirmar que o golfe não deve ir aos Jogos Olímpicos


Watson: campeão e cavalheiro, mas sem entender a importância do golfe olímpico para a sobreviênvia do esporte
Watson: campeão e cavalheiro, mas sem entender a importância do golfe olímpico para a sobreviênvia do esporte

por: Ricardo Fonseca

Tom Watson, de 63 anos, campeão de seis majors, deverá ser anunciado nesta quarta-feira como o novo capitão da equipe dos Estados Unidos para a Ryder Cup, a competição bienal entre os melhores profissionais dos EUA e Europa. O anúncio oficial é só nesta quinta-feira, mas a notícia foi antecipada pela ESPN e Golf World. A Ryder Cup, jogada atualmente nos anos pares, será disputada no final de setembro de 2014, em Gleneagles, na Escócia.

Confirmado o nome de Watson, ele vai ter a missão de comandar fora de casa um time que vem de uma derrota humilhante em seu próprio campo, após sofrer a maior virada da história da competição. A escolha do capitão é do PGA of America, agora sob a presidência de Ted Bishop, que aparentemente preferiu uma nova abordagem na escolha, depois que Davis Love III conseguiu fazer opções muito criticadas na rodada final de Medinah, este ano, e perder um jogo tido como o mais ganho da história.

Contramão – Watson pode ser um grande capitão para os EUA, mas mostrou recentemente estar na contramão da história ao afirmar que o golfe não deveria estar nos Jogos Olímpicos, onde volta a se apresentar no Rio, em 2016, após 108 anos fora da maior competição do esporte. Preso a seu tempo, Watson acredita que os majors devem ser o maior evento do golfe mundial e que eles perderão força com os Jogos Olímpicos.

Não é o que pensam todas as entidades que importam no golfe mundial, das organizações normativas, como R&A e USGA, passando por todos os grandes circuitos profissionais do mundo que fizeram um esforço inaudito, na última década, para fazer do golfe um esporte com credibilidade, com regras unificadas, rankings mundiais, exames antidopings universais e uma única entidade, a Federação Internacional de Golfe, a responder por seu destino.

Sobrevivência – Mais do que o esporte em si, a sobrevivência do golfe como o esporte que mais cresce do mundo e como negócio, depende desesperadamente dos Jogos Olímpicos, depois que mercados tradicionais vêm sofrendo com as repetidas crises. Os EUA perderam dois milhões de golfistas (dados da insuspeita National Golf Fundation) nos últimos dois anos, em especial jovens e mulheres. A Europa vai pelo mesmo caminho com declínio no número de associados e de voltas jogadas em toda a porção ocidental do continente, mergulhada numa crise que parece não ter fim.

Não é por acaso que o Tour Europeu abraçou a África do Sul e a Ásia, onde realiza quase um terço de seu calendário de 2013, e o PGA Tour fará na próxima temporada seus dois primeiros torneios oficiais na China e Malásia. Recente relatório organizado pelo HSBC sobre o golfe mundial em 2020, data da segunda apresentação do golfe nos Jogos Olímpicos desde 1904, prevê que o golfista mais influente do mundo dentro de oito anos será asiático, região onde a volta do golfe aos Jogos Olímpicos promoveu um “boom” no esporte como nunca visto. Sem a Ásia, a Indústria do Golfe já teria mergulhado em parafuso.

Miopía – Com cinco de seus oito majors conquistados no British Opens – Carnoustie (1975), Turnberry (1977), Muirfield (1980) e Royal Troon (1982), Royal Birkdale (1983) – Watson é uma figura venerada tanto na Escócia como em todo o mundo. Ele é 15 anos mais velho do que a média dos últimos dez capitães e será o primeiro a comandar duas vezes o time desde Jack Nicklaus, em 1983 e 1987. Watson já havia capitão do time americano que perdeu em 1993, no The Belfry, na Inglaterra. Mas com sua miopia sobre a verdadeira situação do golfe mundial, Watson perdeu uma grande oportunidade de ficar calado.

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