US Open: Alexandre Rocha faz história em Washington

16/06/2011


Ele joga 69, empata em quarto lugar, e pode se tornar o primeiro brasileiro a passar o corte no US Open


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O coração de todos os brasileiros golfistas e amantes do esporte bateu mais forte, na tarde desta quinta-feira, quando Alexandre Rocha estreou com uma volta de 69 tacadas, duas abaixo do par do campo do Congressional, ao lado de Washington, para fazer o melhor resultado de toda a sua vida e encerrar a primeira volta do US Open de 2011 empatado em quarto lugar. Um resultado que enche de orgulho a todos os brasileiros e que recompensa mais de uma década de luta, esforço e superação de um dos mais talentosos golfistas que o Brasil já conheceu.

Alexandre começou a volta às 12h40, jogando com uma confiança e tranqüilidade que há muito tempo não se via nele. Ele abriu o dia fazendo par no buraco 10, um par 3 de 210 jardas e água do tee ao green, considerado um dos mais difíceis do campo, e relaxou. Um bogey no 12, seu terceiro buraco do dia, não afetou Rocha, que respondeu com um birdie no 16, o único par 5 da primeira metade do campo, para fechar os nove buracos iniciais, no par, entre os 20 melhores no placar.

Resposta – Rocha voltou a fazer bogey no 2, um par 3 de 233 jardas (sic), seu 11º buraco do dia, e mais uma vez assimilou o golpe. Sua resposta, desta vez, foi contundente. Fez birdies seguidos nos buracos 4 e 5, para ficar entre os dez primeiros, e mais um birdie no oito, para pular para o quarto lugar. Um feito que acordou até a tevê americana, que depois de dois flashs, passou a mostrar Rocha até ele deixar o campo.

Pressão, Rocha não sentiu, mas nervosismo, sobretudo ao espetar a bola para bater a tacada inicial no tee do 10, só ele sabe. “Eu nunca, nunca, nunca fiquei tão nervoso na minha vida”, desabafa Rocha, sobre o momento que se preparava para bater sua primeira tacada em um major: um ferro 4 com 199 jardas de vôo sobre a água. “Nunca! A única coisa que eu podia perceber era meu coração pulando para fora do peito e nada mais, não sentia nenhuma outra parte do corpo. Mas alguma coisa fez um “click” depois que eu bati a primeira bola. Eu estava caminhando para o buraco pensando que já tinha passado pela pior parte, que o pior era a primeira tacada, e, por algum motivo, isso me acalmou”, conta o brasileiro.

“A partir do buraco 2, meu 11º do dia, eu estava em perfeito controle das minhas emoções e por isso minha bola voou, o que foi ótimo”, diz. “Eu ainda não havia conseguido isso este ano, então isso foi muito positivo para mim”, explica. “Não estou bem certo de como fiz isso, mas estou aqui!”, completou Rocha na entrevista à imprensa que concedeu no final do jogo.

Pedigree – “Para as pessoas que têm o conhecimento ou o pedigree para estar aqui – eu estou falando sobre o McIlroys e Mickelsons do mundo, dos Donalds – eles podem sentar aqui e dizer sim, eu joguei duas abaixo do par, estou em ótima posição. E eu estou em ótima posição, mas o que eu fiz bem hoje foi não deixar que nada ficasse no meu caminho. Eu estava muito consciente sobre o campo e cada tacada que deveria dar. Eu não acredito que eu já tenha jogado uma partida em que eu estivesse tão em todos os tiros, como hoje.”

Alexandre já havia jogado dez torneios nessa sua temporada de estréia do PGA Tour, passado o corte em metade, mas sem nunca passar do 50º lugar. Contra ele a pressão de qualquer iniciante no circuito profissional mais bem pago do mundo, onde manter o cartão para o ano seguinte, vindo do qualifying, é uma missão dificílima, já que os estreantes não conseguem jogar nos torneios grandes e sabem que precisam ganhar quase US$ 1 milhão em prêmios para não voltar ao Qualifying School.

Recorde – Em 2010, quando ainda não era membro do PGA Tour, Alexandre entrou no Honda Classic através da classificação de segunda-feira, jogou 66 na estréia e terminou o dia em quarto lugar. Feito que o fez merecer as manchetes do site do PGA Tour e muitas entrevistas. Imagine agora quando seu feito sai da escala quando comparado ao do ano passado.

Alexandre tem uma vantagem para a rodada desta sexta-feira, quando pode se tornar o primeiro brasileiro a passar o corte na história do US Open. Ele sai na primeira turma, às 7 horas locais, e não vai ter muito tempo para se colocar pressão. Além disso, tem o campo livre pela frente, menos vento, greens amaciados pelo orvalho e muito menos agitação em campo do que a que enfrentou hoje. Agora, só precisa controlar a ansiedade de querer terminar logo, para não acelerar e perder o timing de seu swing.

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