18/06/2015
por: Ricardo Fonseca
Um campo tipo links, em local muito acidentado, sem árvores ou água, onde não há diferença entre raias e greens, e com muitas Regras Locais, é o que espera 156 jogadores, sendo 140 profissionais e o recorde de 16 amadores, no 115º US Open, segundo major da temporada, que a ESPN continua a mostrar ao vivo no Brasil, apesar de os direitos de geração terem passado para a Fox Sports no exterior (veja horários abaixo). Esse percurso que vai ser jogado entre 7.300 e 7.700 jardas, com par 70 (36-34 ou 35-35, conforme o dia) é o Chambers Bay, um campo público construído sobre uma antiga mina de areia e cascalho explorada desde o século 19 até 2001, localizada no estuário de Puget, uma profunda enseada do oceano Pacífico, na costa noroeste dos Estados Unidos, com 160 km de extensão onde fica a área Metropolitana de Seattle, no estado de Washington.
Este é um campo perigoso para todos, público, jogadores e caddies, pois além de acidentado o terreno é escorregadio, o que fez a USGA, que organiza o evento, a limitar a área de circulação de público. Nesta quarta-feira, na volta de treino, dois caddies – Damian Moore, de Stephen Gallacher; Gareth Lord, de Henrik Stenson, tomaram tombos feios. O primeiro torceu o tornozelo e teve que deixar o campo de maca; o segundo machucou o punho, e ambos são dúvida para hoje. Em 2010, quando o US Amateur foi jogado lá, diversos torcedores se machucaram ao escorregar e cair, alguns seriamente. Em tempo, ao contrário dos jogadores, os caddies não podem usar sapatos com soft spikes.
Regras Locais – Para quem vai acompanhar o jogo pela tevê, é bom saber que foram feitas várias Regras Locais para o US Open. Como não há distinção de corte ou visual entre raias e greens, a área de putt, onde se pode marcar, levantar e limpar a bola foi toda demarcada com tinta, um pontilhado de bolinhas brancas, trabalho para o qual os árbitros tiveram que usar as plantas dos greens e a posição dos sprinkler da irrigação para se orientar.
Em função dessa homogeneidade da superfície de jogo, muitas vezes veremos os jogadores usar os putts de longe dos greens, como é comum nos campos links da Europa. Por causa disso, as Regras Locais permitem alívio para as bolas que estejam na raia e tenham os sprinklers na linha de jogo do golfista. Nesses casos, será permitido alívio sem penalidade, dropando a bola no ponto de alívio mais próximo.
Pedras nas bancas – Por o campo ter sido construído sobre uma antiga mina de areia e cascalho que ainda estava em uso até 2001, antes de ser destinada a uma imensa área de recreação, dentro da qual o campo público desenhado por Robert Trent Jones Jr. se inclui, é comum encontrar pedras de todo o tamanho nas bancas. Em função disso, as Regras Locais determinam que as pedras em bancas serão consideradas “Obstruções Móveis” – apesar de essa classificação ter sido criada para objetos criados pelos homens, e não para pedras – e todos poderão proceder como se fosse um rastelo, por exemplo. Pedras podem ser removidas das bancas e se uma bola encostada em uma delas se mover no processo, deve ser recolocada no ponto de origem, sem penalidade.
Quanto aos azares de água, os árbitros não estão preocupados, pois há apenas dois, que não entram em jogo, a não ser em caso de desvios graves nas tacadas. Um fica à direita da área de pouso dos drives no buraco 10, mas depois da colina onde ficam os pavilhões dos patrocinadores. O outro lago fica entre as árvores à direita do green do 15, um par 3, mas longe do buraco. E a única árvore em todo o campo não está nem perto da linha de jogo.
Como ficar rico – Se você pretende ficar rico com este US Open, a hora é agora. As casas de apostas estão pagando 60 por 1 para quem fizer uma fé em na vitória de Tiger Woods, o mesmo que alguns amadores em campo estão pagando. Tiger, que jogou uma volta de 85 tacadas no Memorial, há duas semana, a pior de toda sua carreira, venceu seu 14º e último major em 2008, ou seja, seu jejum já dura sete anos. Ele também começa o US Open com o pioro ranking de toda a carreira profissional: 195º (ele já estreou no profissionalismo com um ranking melhor que esse, por ter marcado pontos como amador).
Os favoritos são Rory McIlroy, o número 1 do mundo, a despeito de não ter passado dois cortes seguidos na Europa, e o americano Jordan Spieth, campeão do Masters. É bom lembrar que os únicos campeões de Augusta que estiveram na briga pelo título do US Open nos últimos 25 anos são Nick Faldo (1990), Tiger Woods (2002 e 2005) e Phil Mickelson (2004, 2006 e 2010).
Grand Slam – Mickelson, aliás, é o favorito de muitos especialistas já que tem jogado bem, por ser o campo considerado excelente para quem tem um jogo imaginativo como o dele; e por ser esta a melhor chance de completar o Grand Slam na carreira depois de ter sido seis vezes vice-campeão do US Open (1999, 2002, 2004, 2006, 2009 e 2013). Mickelson tem três Masters (2004, 2006 e 2010), um British Open (2013) e um PGA Championship (2005).
Os europeus, com McIlroy, também tem outro motivo para ser apontados como favoritos: Depois de 40 anos sem vencer um US Open sequer, ganharam quatro dos últimos cinco (Graeme McDowell, 2010; Rory McIlroy, 2011; Justin Rose, 2013; e Martin Kaymer, 2014). Em 2012 venceu Webb Simpson.
Televisão
ESPN (atenção, não é a ESPN +)
Quinta, 18: das 17 horas às 24 horas
Sexta, 19: das 17 horas às 24 horas
Sábado, 20: das 16 horas às 23 horas
Domingo, 21: das 16 horas às 23h30
Geração de Imagem: Fox
Equipe de TV: Joe Buck (narrador) e Greg Norman (comentarista)
Eles substituem Dan Hicks e Johnny Miller, da equipe da NBC
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