US Open – Exclusivo: Alexandre Rocha estréia sem pressão

15/06/2011


Brasileiro encara major como um bônus e, pela primeira vez no ano, não se sente obrigado a mostrar resultado


    Rocha:     Rocha: “num campo de golfe como esse você tem que levar uma no queixo, assimilar e ir em frente”

por: Ricardo Fonseca

Ao contrário do que se poderia imaginar para quem vai jogar o maior torneio da carreira e enfrentar uma centena dos melhores jogadores do mundo, o profissional paulista Alexandre Rocha entre no campo do Congressional, em Washington, às 12h40 desta quinta-feira (13h40 no Brasil) sem a pressão que o tem acompanhado desde que iniciou essa sua primeira temporada no PGA Tour. Com o swing voltando à eficiência que fez dele um dos jogadores mais regulares do circuito mundial em acertos de raias e greens, Rocha diz que está, finalmente, pronto para se divertir em campo.

“Pela primeira vez desde que me classifiquei vou poder jogar um torneio sem ter que provar nada para ninguém, nem para mim mesmo”, diz. “O US Open é um bônus e eu não vou me cobrar resultado e creio que ninguém vai”, explica. “É meu primeiro major e eu estou aqui para aprender muito, aprender a aceitar meus erros, aprender a ter paciência, que são coisas que tem me faltado, e aprender a lidar com um torneio grande como esse, onde existem muito mais coisas para se distrair do que num torneio normal do tour”.

Paciência – Isso não quer dizer que Alexandre não pense em jogar bem esta semana. Ele sabe que pode e que a chave da semana será paciência. “Todos vão fazer bogeys, todos vão fazer duplos bogeys e poucos vão fazer muitos birdies, mas só quem aceitar os erros como coisas normais do jogo vai ter chances de estar na frente no final de semana”, avalia. “Você tem que aceitar o que vier como um processo, sem se desesperar, pois o pânico só vai te fazer errar mais”, diz o brasileiro, que compara os problemas nesse campo preparado para que o campeão jogue par do campo, com os de um pugilista. “Você tem que tomar uma no queixo e continuar, aceitar o erro, assimilar o golpe e seguir em frente”.

Alexandre sabe que, ao menos teoricamente, o campo do Congressional, com 7.574 jardas, par 71 e um rough punitivo, tem um percurso que se adapta bem ao seu estilo de jogo, em condições normais. “A problema é que desde o começo do ano eu não vinha batendo bem, na bola”, conta o quarto brasileiro da história e o primeiro a jogar no US Open, desde Philippe Gasnier, em 2008. “O único torneio em que joguei bem nos quatro dias foi em Pebble Beach, mas não passei o corte por ter jogado muito mal os putts”, recorda. “Nos demais, eu tinha um ou dois dias bons ou alguns bons momentos na rodada, mas logo perdia meu swing novamente”.

Driver – Para Alexandre, parte dos problemas eram provocados por uma opção errada de set up de driver que ele não sabia ser inadequada ao seu jogo. “Por causa disso comecei a errar muito e, para corrigir, acabei mudando detalhes de meu swing que me fizeram perder a consistência, que sempre foi meu forte”, conta. “Agora o problema do drive está resolvido, mas o swing ainda tem os vícios que me atrapalham”, diz Rocha. “Já bati bem na bola na seletiva e espero poder bater novamente aqui; uma hora volta (o swing) volta a encaixar”.

Rocha treinou ao lado de seu técnico e se sentiu muito mais confiante e confortável no decorrer dos treinos. “Do começo do treino de terça ao final do treino desta quarta progredi muito”, afirma. “Se a pressão não me pegar vou ter chance de jogar bem”, diz o brasileiro, que pela primeira vez no ano vai para campo em horários que não são os piores do dia. Afinal, apesar de ter vindo do qualifying, ele é um jogador do PGA Tour, o que muitos em campo não são.

Horários – “Sair no primeiro dia às 12h40, no meio do dia, vai ser muito bom, os melhores, as estrelas, vão estar nos grupos logo atrás”, conta Rocha. “E jogar na sexta às 7 horas da manhã vai me permitir ficar ainda mais tranqüilo, pois ainda tem pouca gente no campo, está tudo calmo, não tem muito vento e os greens ainda estão macios do orvalho”, avalia o brasileiro, que não vai ter nem a pressão de já saber o resultado necessário para passar o corte.

Rocha teve uma amostra do que é a pressão de um US Open nos dois dias de treino. Nesta quarta, quando jogou pela manhã ao lado do espanhol Sérgio Garcia e do sueco Robert Karlsson já havia de 30 a 40 mil pessoas no campo. “O campo é muito difícil, mas é justo”, avalia Rocha, que como todos achou que o buraco 10, um par 3 com pouco mais de 200 jardas e água do tee ao green, que exige um ferro 4 ou 5, “não é muito honesto” por punir até os bons tiros. “Acho que vão nos colocar no tee da frente uns dois dias, de onde se bate ferro 6 em vez de 4; ainda é um tiro difícil, mas mais justo”.

Tática – Já o 18, o buraco-assinatura do campo, um par 4 com 525 jardas, vai exigir um bom drive, ficar em boa posição na raia e, de lá, bater um ferro 5 para o green. “Acho que esse buraco seria ideal com umas 30 jardas a menos, para se poder bate ferro 6, 7 ou até 8 para os grandes batedores”, conta. “Assim, como está, a maioria vai fazer o que eu, o Garcia e o Karlsson fizemos hoje, bater curta e à direita do green”.

Rocha sabe que a USGA, que organiza o US Open, prepara seu campos para que o campeão vença em torno do par do campo, mas diz que ninguém pode prever o que vai acontecer na prática. “Uma coisa eu garanto para você: se alguém jogar um oito abaixo, como acontece nos outros torneios do circuito, eu pulo dentro do lago do 18!”. Bem que podia ser ele mesmo.

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