US Open: Tiger Woods agoniza em campo público

20/06/2015


Fora dos Top 200, ele precisa dar um tempo e reencontrar seu caminho, mas sozinho


Woods: perdido com os tacos na mão e batendo um recorde negativo atrás do outro
Woods: perdido com os tacos na mão e batendo um recorde negativo atrás do outro. Reprodução TV

por: Ricardo Fonseca

Greg Norman, ex-número 1 do mundo, estreando como comentarista da Fox, a nova geradora de imagens dos torneios da USGA pelos próximos 15 anos, incluindo o US Open, resumiu o sentimento da grande maioria dos fãs nesta sexta-feira ao dizer que era doloroso e triste ver Tiger Woods bater um recorde negativo atrás do outro e deixar o campo na frente apenas de três jogadores, um deles o amador de 15 anos Cole Hammer, que esteve à frente do número 1 do mundo nos primeiros 29 buracos. “Preciso continuar trabalhando, continuar a rotina e continuar trabalhando”, disse Woods ao perder o corte por 11 tacadas, com 16 acima, depois de fazer os piores 36 buracos de sua carreira profissional. Ele só tem um resultado pior, o 157 que fez no Bay Hill quando era amador e tinha 18 anos.

Na quinta-feira, Woods começou o torneio com quatro bogeys nos primeiros seis buracos e depois piorou. Nas suas cinco últimas rodadas, que incluem o pior resultado de sua carreira profissional, um 85 no Memorial, Woods está 24 acima do par. Este ano ele tem mais rodadas na casa das 80 tacadas (3) do que na das 60 (2). Nas 18 rodadas em que ele e Jordan Spieth estiveram em campo juntos em 2015, o jovem número 2 do mundo e provável sucessor no cartão dos americanos, jogou 102 tacadas melhor que Woods.

Problemas – Ao tentar voltar, sem sucesso, da cirurgia que fez em 31 de março do ano passado para corrigir uma hérnia de disco, ou aliviar a pressão sobre um nervo pinçado, como prefere ele, Woods disse que só voltaria a jogar quando tivesse chance de vencer novamente. Ou ele mentiu para o público ou para ele mesmo, talvez acreditando ainda naquele Tiger que 15 anos antes vencera o US Open pelo recorde de 15 tacadas.

Na quarta-feira, ao ser perguntado por um jornalista, na entrevista coletiva, se acreditava que tinha chances de vencer o US Open, Woods foi irônico: “acho que já ganhei três desses”. É verdade. Mas o último título desse ou de qualquer outro major foi em 2008, e ele caminha para o oitavo ano sem títulos do Grand Slam, depois que jogou sua vida pessoal na lama quando teve que reconhecer ser um viciado em sexo com prostitutas e ser abandonado pelo mulher e família. Antes do hidrante, tinha ganhado 71 torneios e 14 majors; depois, oito títulos e nenhum major.

Contusões – Muito de seu declínio aconteceu por problemas físicos, além dos mentais, mas Woods garante que goza de plena saúde hoje. Ao menos para quem, antes da intervenção nas costas, havia passado por quatro cirurgias no joelho esquerdo e numerosos problemas que vão do pescoço ao tendão de Aquiles dos dois pés, passando por punhos e cotovelos. Ele admitiu na quinta-feira que é mais difícil lidar com problemas de nervosismo do que de uma articulação.

Woods jogou no horário nobre da quinta-feira e parecia perdido em campo. Norman arrisca que ele está confuso entre mecânicas de antigos três swings e as que busca hoje para adequá-lo a seu físico de quase 40 anos e muitos problemas físicos. O cartão de 80 de quinta foi apenas o quarto pior de sua carreira, mas o mais alto em seus 19 US Opens. No começo de sua temporada Woods jogou 82 em Phoenix errando greens do meio da raia de wedges na mão. Em Phoenix, após 11 buracos desastrosos, abandonou alegando dores nas costas. Parou mais de dois meses e voltou no Masters com três boas voltas, mas sem ter chances no domingo. E só.

Ajuda – Está evidente que seu “consultor” de swing Chris Como não é a solução. Nem mesmo Tiger se autoavaliar, como sugeriu por ser “quem mais conhece o próprio swing”. Mas quando um Tiger Woods dá um top de madeira 3 no 18 e vê a bola sair rolando pela grama para dentro de uma banca próxima, é sinal de que a coisa está mais feia do que todos queremos acreditar.

“Sim, eu estou tentando, estou tentando”, disse Woods após sua eliminação do torneio. “Estou no meio de um processo, estou trabalhando nele e sei que quando conseguir fazer isso direito será fácil”, assegurou. “Sinto que estou perto de controlar meu swing, que será fácil fazê-lo e acertar todos os meus tiros”, continuou. “Eu só preciso fazer isso mais vezes e continuar a partir daí”.

Consistência – Woods garantiu que está fazendo o máximo que pode. “Por algum motivo que não sei qual é não consigo ter consistência no campo”, assume. “Mas eu já passei por fazer difíceis e em cada uma delas eu voltei!”. Sobre o futuro, Woods voltou a dizer: “Continuar trabalhando”.

É verdade, Tiger, todos sabemos que é preciso ainda muito trabalho para você voltar a ser competitivo e não ver as casas de apostas pagando 60 por 1 em uma vitória sua, o mesmo que para alguns amadores em campo. Mas seus fãs esperam que, até que esteja pronto para não passar vergonha, você faça isso em particular, e não em público.

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