26/03/2013
por: Ricardo Fonseca
Os golfistas que passam pelo Centro Empresarial de Campinas (SP) sentem-se em boas mãos quando se deparam com o vigilante líder da Embrase, empresa que comanda a segurança do local. Muitos já o viram nos campos ou até jogaram ao lado de Edemilson Correia, que quando não está trabalhando como vigilante é um profissional de golfe apaixonado pelo esporte.
Aos 33 anos, Edemilson trabalha com segurança há 13, sendo desde 2005, na Embrase, empresa que é referência de qualidade sem seu setor e também no golfe, onde nos últimos quatro anos transformou-se no maior patrocinador desse esporte no Brasil. Uma feliz coincidência para a Embrase, que está comemorando 25 anos, e desde 2010 tanto tem ajudado o esporte a crescer como aprendido com o golfe.
Interação – “Começamos patrocinado o golfe como uma plataforma comercial, mas acabamos levando todos os valores do golfe para dentro de nossa companhia” explica Douglas Delamar, diretor da Embrase e golfista. “Hoje temos 15 mil funcionários e todos eles sabem qual é a essência da empresa, que nada mais é do que os valores que também são os valores do golfe: disciplina, integração homem-natureza, honradez, amizade, cavalheirismo, entre muitos outros que hoje nós trabalhos dentro do marketing da companhia”, explica. “Para quem tem 15 mil funcionários, nada melhor do que ter a essência do golfe a seu serviço”.
Foi graça ao golfe que Edemilson começou a mudar sua vida. Aos 10 anos, ele foi convidado pelo irmão mais velho para trabalhar como caddie, nos finais de semana, no no Clube de Golfe de Campinas, onde aprendeu a jogar e descobriu uma nova vida, algo fundamental para quem vivia numa comunidade pobre, cercado pelas tentações dos maus caminhos. “Graça a deus o golfe me proporcionou uma perspectiva nova de vida, abriu minha cabeça e me deu muitos dos valores que me permitiram seguir o caminho correto”, diz Edemilson.
Carreira – O trabalho como caddie rendia a Edemilson o que, em dinheiro de hoje, seria uns R$ 50 por dia, R$ 400 por mês, trabalhando apenas nos finais de semana, sem atrapalhar os estudos. “Era um bom dinheiro para um menino de 10 anos”, conta. “Podia comprar roupa, tênis e até ajudar em casa”, diz o vigilante. “Isso só foi possível por ter recebido bons valores de minha família, além de outros que o golfe me deu, me ensinando a importância de trabalhar com seriedade, honestidade, pontualidade, aceitar as dificuldades e construir seu próprio caminho”.
Profissionais como Caim Vanderlei, head-por do CG Campinas, ajudaram Edemilson no início, até ele virar profissional aos 23 anos. Mas na época não havia muitos torneios de golfe e Edemilson se limitou a jogar Pro-Ams e campeonatos em Campinas e região, enquanto iniciava a carreira no ramo da segurança.
Opção – Edemilson, ou Babalu, apelido de infância pelo qual os companheiros mais velhos ainda o chamam, jogou muitos campeonatos brasileiros de caddie, no início da carreira, e viu muitos profissionais nascerem na região, incluindo Ronaldo Francisco, que hoje é o número 1 do Brasil. Mas desde que virou profissional de golfe, a carreira de segurança passou a ocupar um lugar cada vez mais importante na sua vida.
“Se fosse hoje, com mais torneios, talvez eu tivesse optado pelo golfe e não pelo ramo de segurança, pois minha paixão pelo esporte foi imediata”, conta Edemilson. Ele ainda recebe propostas para trabalhar em campos particulares da região de Campinas, mas não quer deixar seu emprego na Embrase e a profissão de segurança, que lhe permite rendimentos bem maiores. Mesmo assim, o golfe de final de semana tem sido importante para ele.
Disciplina – “Ao mesmo tempo em que o golfe me dá disciplina, ele me serve como uma rotina anti-estresse, permitindo que eu me livre da tensão acumulada no trabalho de segurança, onde você tem que estar preparado para tudo”, conta o vigilante. “Segurança é antes de tudo prevenção, o que exige atenção constante e, ao mesmo tempo, capacidade de comunicação, outra qualidade em que o golfe me ajuda muito”.
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