Web.com: só Lucas passa corte, mas cai para as últimas posições

14/03/2015


Para os brasileiros, o maior torneio do continente termina neste domingo sem atrações


Lucas Lee: melhor brasileiro da etapa paulista do Web.com Tour pelo segundo ano consecutivo
Lucas Lee: melhor brasileiro da etapa paulista do Web.com Tour pelo segundo ano consecutivo

por: Ricardo Fonseca

Os torcedores brasileiros não terão nenhum grande atrativo para assistir a decisão do Brasil Classic, torneio do Web.com Tour, que terá o complemento da terceira rodada, interrompida pelo mau tempo, e a volta final disputadas neste domingo, no São Paulo Golf Club. Dos sete brasileiros que receberam convites para o torneio, apenas Lucas Lee passou o corte, mas ele não jogou bem neste sábado e irá a campo domingo praticamente sem chances de atingir o menor de seus objetivos: terminar entre os 25 primeiros que ganham vaga para o torneio da próxima semana, no Chile, o que poderia lhe permitir jogar o restante da temporada no circuito de acesso ao PGA Tour. Sem isso ele deverá se limitar ao PGA Tour China, do qual é membro.

Há, é claro, jogadores de excelente nível em campo, mas eles não são conhecidos e atraíram muitos poucos torcedores ao campo neste sábado, mesmo quando o sol brilhou. Nem mesmo Lucas, que saiu para campo às 12h40 como único brasileiro nas finais do torneio mais bem pago do continente – US$ 850 mil – conseguiu atrair o público, pequeno para um evento desse porte, que preferiu conversar no bar ou no centro de hospitalidade do patrocinador. Menos de vinte pessoas viram Lucas, que começou o dia em 45º lugar, jogar uma acima em 16 buracos e cair para o 63º lugar entre os 72 que passaram o corte, antes de mais uma rodada ser suspensa por causa da ameaça de raios.

Brasileiros – Desde a véspera, já se sabia que Alexandre Rocha, que terminou seus 36 buracos no sábado, com três abaixo (70/69) no total, não passaria o corte que ficou, como previsto, em quatro abaixo. E que Lucas, então com cinco abaixo (68/69), era o único até então garantido na final. Rafa Becker, campeão do Aberto do Brasil, teve a chance de chegar à final ao jogar 15 buracos da segunda rodada pela manhã, mas acabou empatado com Rocha em 74º lugar, também com três abaixo (71/68).

Para os outros quatro brasileiros em campo, que tinham 15 ou 16 buracos do segundo dia a jogar, não houve sequer a emoção de tentar passar o corte. Rafael Barcellos, número 2 do Brasil, que defende a equipe YKP/Azeite 1492 jogou 67, quatro abaixo do par e melhor volta dos brasileiros em toda a semana, mas não foi o suficiente para passar o corte depois de jogar 74 na estreia. Ficou fora por três. O mesmo aconteceu com Felipe Navarro que ficou com uma das duas vagas dadas para o clube sede, o São Paulo. Ele jogou 71 e 70 e também ficou fora por três, sem nunca ter jogado acima do par. Ambos voltavam de contusões.

Daniel Stapff, o número 1 do Brasil, também da equipe YKP/Azeite 1492, não vinha em boa fase e ficou fora por cinco ao jogar uma acima (70-73). Fechando a lista ficou André Tourinho, que jogou como amador – o único em campo – e somou cinco acima (71-76).

Declínio brasileiro – Em 2103, quatro brasileiros passaram o corte nesse torneio do Web.com (Rocha, 29º; Fernando Mechereffe, 47º; Erik Anderson, 72º; e Rafael Barcellos, 73º). Em 2014, caiu para três o número de brasileiros na final (Lucas Lee, 21º; Ronaldo Francisco, 41º; e Mechereffe, 62º). Este ano apenas um (Lucas) chegou à decisão. Duas coisas aconteceram que podem explicar essa queda de desempenho do golfe brasileiro: a primeira foi o forte investimento feito em todo o mundo com a proximidade dos Jogos Olímpicos; a segunda foi o abandono na formação de novos profissionais brasileiros, com investimentos altos, como esse, mas mal direcionados. Pagamos o preço de não ter renovação.

Também contribuiu a forma como foram definidos os sete convites para brasileiros, uma vez que este ano, ao contrário dos dois anteriores, nenhum deles estava classificado para o torneio. Dos oito cartões a que o Brasil tinha direito, um o patrocinador destinou a um americano. Dois ficaram para o clube sede e um para um amador. Deu-se três cartões para jogadores que voltavam de contusões – Rocha (pescoço), Barcellos (costas) e Navarro (punho), esse dois últimos da cota do São Paulo GC, ao mesmo tempo em que se deixava de fora dois jogadores que tem status no sistema PGA Tour – Rogério Bernardo e Rodrigo Lee -, ambos, como Becker, membros do PGA Tour Latinoamérica. Também foi abandonado à própria sorte outro profissional que jogou as últimas três temporadas no Web.com Tour e passou o corte nos dois últimos anos – Mechereffe.

Esquecidos – Isso sem falar de Ronaldo Francisco, outro membro da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, que chegou a liderar o torneio em 2014 com duas voltas de 66, é terceiro do ranking brasileiro e foi o número 1 do Brasil em quatro das cinco temporadas anteriores. E de Tourinho, que por mais que merecesse ser lembrado, foi convidado com a condição de jogar como amador, o que não faz nenhum sentido já que ele há muito ele quer se profissionalizar e era o único amador em campo.

Uma alternativa, já que havia mais gente com mérito do que vagas e o Brasil não foi capaz de negociar mais convites, mesmo organizando o torneio mais bem pago do ano no Web.com Tour, seria fazer uma seletiva. O Chile, que recebe o circuito na próxima semana, reservou três de suas vagas para uma seletiva, uma forma democrática de se escolher que está jogando melhor no momento. Sem isso, o legado de um torneio com US$ 850 mil em prêmios (R$ 2,8 milhões) e que pode ter custado três vezes esse valor, foi desprezível para os golfistas brasileiros. Para não dizer zero.

Americanos dominam –
O líder na sede quando o jogo foi suspenso na tarde deste sábado, com 45 jogadores ainda em campo e 15 americanos no topo do placar, era Timothy Madigan, com 13 abaixo (66/70/64). No placar, os líderes, com 15 abaixo, eram Tyler Duncan (68/64/e -5 em 13 buracos) e Peter Malnati, que fez a melhor volta do torneio ao concluir a segunda rodada, pela manhã (66/62/e -1 em 12 buracos). Tommy Gainey, o líder da véspera, e Abraham Ancer, vem empatados em terceiro, com 14 abaixo. Há 35 jogadores com 10 abaixo ou melhor no placar. Lucas parou em 63º lugar, com quatro abaixo (68/69/e +1 em 16 buracos).

A terceira rodada vai ser completada a partir da 6h45 e a volta final está prevista para começar as 8h30, com saídas em grupos de três por dois tees (1 e 10). Se tudo correr bem o torneio termina às 14h40.

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