Woods vai voltar para terapia após pronunciamento

19/02/2010


Revelação foi feita por Tim Finchem. Jornalistas de golfe prometem boicotar evento



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por: Ricardo Fonseca

Tiger Woods vai voltar para a clínica de tratamento de viciados em sexo após seu monólogo de hoje à tarde na sede do PGA Tour, quando aparecerá pela primeira vez em público desde o acidente de 27 de novembro que revelou ao mundo sua atribulada vida extraconjugal. A informação faz parte de uma carta que Tim Finchem, executivo-chefe do PGA Tour escreveu para sua diretoria justificando porque cedeu a sede da entidade para o pronunciamento que vem sendo fortemente criticado por não permitir a imprensa e por ter sido feito no meio da disputa do Accenture Match Play, um dos mais importantes campeonatos de golfe da temporada.

Na carta, obtida com exclusividade pela The Associated Press, Finchem diz que Woods teve apenas uns dias de intervalo em sua terapia, mas terá que se reapresentar para continua o tratamento no fim de semana. “Ele não tinha outra opção de data para fazer o pronunciamento”, explicou Finchem a seus pares.

Desculpa – Não se sabe agora se a desculpa de Finchem é verdade ou se foi mais uma jogada da inábil equipe de assessores de Tiger, tentando uma jogada para amenizar a monumental bobagem que fizeram ao marcar o pronunciamento que vai tirar espaço de mídia do Accenture Match Play num momento tão delicado na relação entre os circuitos profissionais e seus patrocinadores. Da forma como os assessores de Woods agiram durante todo o episódio, tudo é possível.

Ernie Els foi o primeiro a criticar abertamente Woods – e ao PGA Tour por se envolver nisso – ao chamá-lo de egoísta e sugerir que ele fazia isso em retaliação à Accenture, que foi a primeira empresa a rescindir o contrato de patrocínio com Woods, afirmando claramente que após o escândalo sexual ele não servia mais para representar a marca.

Jornalistas – A fala de Woods na frente de um limitado grupo de amigos e assessores, sem acesso da imprensa, a não ser três jornalistas convidados na condição de não fazer perguntas, irritou os jornalista de golfe dos Estados Unidos a ponto da diretoria da Golf Writers Association of América (GWAA) decidir na noite desta quinta-feira boicotar o evento. A GWAA – só para lembrar – escolheu Woods dez vezes para receber o prêmio de Jogador do Ano.

“Nossa posição é simples – tudo ou nada”, explicou Vartan Kupelian, presidente da entidade que congrega 950 jornalistas, a grande maioria deles trabalhando no Accenture, no Arizona, bem longe da Flórida onde Woods vai fazer seu pronunciamento. “Esta é uma história de interesse internacional e limitar a capacidade dos jornalistas de estar presentes, ouvir, ver e questionar Woods vai contra tudo aquilo em que nós acreditamos”, explicou o presidente da GWAA.

Credibilidade – Ele disse ainda que a GWAA acredita fortemente que a presença de jornalistas num evento onde a liberdade de imprensa foi cerceada só daria credibilidade a um evento que não merece credibilidade alguma. A votação da diretoria foi esmagadora: 19 votos a favor do boicote, quatro contra e três abstenções.

A GWAA foi convidada a mandar três jornalistas ao evento, representando a Associated Press, Reuters e Bloomberg News Service. A entidade exigiu que a imprensa fosse liberada e recebeu a promessa de seis lugares na sala. A oferta foi rejeitada, antes mesmo de o boicote ser votado. A farsa de Woods vai ser televisionada para que jornalistas reunidos num hotel a um quilômetro do local possam assistir a tudo em circuito fechado e o sinal liberado para ser colocado no ar pelas redes de televisão interessadas. O Golf Channel disse que iria colocar no ar a partir da 13h30 do Brasil.

Guerra – A sede do PGA Tour já está cercada de seguranças que impedem a entrada da imprensa, numa verdadeira opração de guerra. Sete caminhões de externa das redes de televisão aguardam no estacionamento do hotel Marriott, próximo ao TPC Sawgrass, sede do PGA. Woods vai falar na Sunset Room, no segundo andar do prédio. O boicote da GWAA não vai significar muita coisa em termos de cobertura, que será a mesma. Mas marca uma posição e mostra que Woods não ditará mais as regras em seu relacionamento com a imprensa, como fez impunemente por 13 anos.

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